APITO FINAL

A ignorância o sectarismo são, de factos, dois problemas sérios. Uma patologia crónica em algumas redacções. Compreendo essa malta: também eu tenho de comprar leite para a minha criancinha!
O JOGO de hoje, sobretudo na sua edição Norte, que curiosamente nem é a que surge na Internet, faz um estardalhaço com o que considera o FIM do Apito Dourado no que concerne ao FC Porto e a Pinto da Costa.
Há aqui claramente um erro de perspectiva.
Já se sabia o que ia acontecer ao processo do envelope e também o que tinha acontecido com o processo da fruta (este só chegou à instrução). Esta decisão da Relação está longe de ser uma surpresa.
Sem querer assumir o papel de juiz, penso que ficou claro o que aconteceu. JP era mesmo Joaquim Pinheiro. A fruta era um sonorífero. E Augusto Duarte foi a casa do presidente para desviar o pai dos maus caminhos.
O que é preciso não esquecer é que o Apito Dourado esteve longe de ser um processo de consequências pífias.
No caso particular do presidente do FC Porto, valeu-lhe uma pesada multa e uma suspensão que está no seu cadastro.
No caso concreto do FC Porto, a perda de 6 pontos por tentativa de corrupção e um processo complicadíssimo na UEFA, onde esteve em sérios riscos de ser excluído da Champions.
Vá lá, Platini já percebeu que o FC Porto não é batoteiro. Não sei quem lhe meteu esta ideia na cabeça. Ou será que também ele foi influenciado por essa seita de jornalistas "comprados" pelo tal clube de Lisboa? Essa ralé infecta que tem sonhos eróticos com a Carolina e que só descansará quando o FC Porto estiver nos distritais...
Como eu percebo esta indignação!
Sobretudo quando vem do homem da fruta... E de outros, ditos colegas. Os mesmos que durante a fase quente do processo começaram a assobiar para o ar ou tiveram consultas no dentista na hora de pegar no caso. Ou que só o amplificaram quando, de facto, este começou a dar cambalhotas nos meandros da justiça.
Sei perfeitamente como custa estar bem com quem está lá em cima. Os benefícios são, porém, muito superiores aos custos.
O mais difícil é sempre mantermo-nos à margem do sistema. É o assumir de uma marginalidade perigosa mas que, porém, nos consola.
Na parte que me toca, o que deixei de ganhar e o que perdi não é mais nem menos que o saldo da minha conta bancária e o eventual peso da minha consciência.

PS - Não queria deixar afirmar também que a Imprensa do regime de certa forma compensou a Imprensa que aproveitou o caso para agradar DESCARADAMENTE ao clube (Benfica) que vende mais papel. Porque se uns foram grosseiros no seu sectarismo, outros foram delgados na sua independência. Mas, lá está, "manda quem pode, obedece quem tem juízo..."