O PROFESSOR

Repare-se desde já uma injustiça.
Não é qualquer um treinador que é campeão no FC Porto.
Muito menos tricampeão.
Nunca tinha acontecido na história do clube nem na história dos treinadores portugueses.
Jesualdo Ferreira mereceu o champanhe que abriu. No fim de uma longa carreira, muitas vezes na sombra de outros treinadores, o professor mostrou no FC Porto aquilo que já tinha evidenciado no Sp. Braga e no Benfica de Toni. Ou seja, que é um treinador arguto, um cientista da bola e um homem sensato. A que acrescenta a indispensável têmpera transmontana.
Jesualdo não tem o charme e a mística de Mourinho, não tem a imagem de Quique e não possui a truculência de Paulo Bento. No entanto, sintetiza as qualidades do treinador "à antiga portuguesa" com o treinador da nova escola. E é nesta síntese que está a sua grande qualidade. Porque, está visto, a história não se faz com rupturas nem com transições. A história é um contínuo sem antigo e sem moderno. Sobretudo quando está em causa um desporto com menos de 200 anos de existência.


Parabéns, professor.