SINAIS DE FUMO

No país onde nada é de borla mas todos querem uma borlita, o bastonário da Ordem dos Advogados acusa o Ministério Público e os jornalistas de promiscuidade. A razão: houve buscas a escritórios de advogados na sequência do caso "Freeport", o tal que rendeu a um tal Charles Smith um milhão de euros. Sempre pensei que "Charles Smith" era um nome de código qualquer mas afinal o homem existe. Tal como o Marinho Pinto. Podemos não acreditar muito nos magistrados mas quem é que nos convence que os advogados são os santinhos desta história? Sobretudo quando fazem toda uma carreira a defender o diabo. Há profissões bem piores. Não é o caso da minha pois pagam-me para ver jogos de futebol, entre outras coisas... Mas, por exemplo, vender bolas de Berlim de Verão na praia é capaz de ser pior. Num país que se levasse mais a sério, o nosso primeiro-ministro estava metido num sarilho. Não estou a dizer que o homem tem culpa e até pode acontecer ter sido metido nesta alhada. Não é o que está em causa. Está em causa apenas uma questão de princípio...e se calhar algum pudor. E quanto mais os acólitos de Sócrates - até já aconteceu a coisa incrível de vermos a ex-ministra da Cultura a falar da reserva ecológica de Alcochete... - tentam sacudir a água do capote, mais molhados ficam (como a nossa namorada há 20 anos, após 20 minutos no escurinho do cinema). É provável que escapem todos. E que o PS tenho de novo maioria absoluta no princípio do Outono. Não é o que me preocupa. O que me chateia é o aumento do tabaco que vem aí. Já pago 750 paus por um maço de "Davidoff", dinheiro que nos meus tempos juvenis dava para todo um fim de semana de farra. E sim, não o desminto, o cenário acima desenhado pelo meu amigo Jorge "Cabazinho" Reis preocupa-me muito mais que o futuro da faixa dos esgazeados.