...Uma aventura em Kiev...


...Em 1991 o Benfica deslocou-se a Kiev para defrontar o Dinamo local. Na época estava eu no Correio da Manhã Rádio e fui fazer o relato. Calhou-me em sorte que fosse o meu "padrinho de carteira profissional", o saudoso Mestre José Neves de Sousa, a acompanhar-me para fazer os comentários do jogo. Chegámos à capital ucraniana já depois da 6 da tarde e como é tradição nos paises de Leste, só após mais de duas horas chegámos ao Hotel. O Zé Neves estava atrapalhado porque tinha serviço para mandar para o jornal e eu próprio tinha "sons" para mandar para a rádio. No hotel tivemos a primeira surpresa, depois das 6 da tarde não havia chamadas internacionais para ninguém. O Zé não se intimimou e lá fomos a pé pelas ruas desertas de Kiev, à procura de um telefone milagroso. Já perto da uma da madrugada vimos algo que se parecia com uma esquadra mas que estava com as portas fechadas. O Zé não estava nem aí, dedo na campainha e murros na porta que só cessaram quando um polícia, ensonado, abriu. Ainda hoje estou para saber como é que nos conseguimos fazer entender mas o que é certo é que o Zé mandou o serviço para o jornal e eu os sons para a Rádio. Nesse jogo o Benfica perdeu, o Rui Águas ficou com o pé pendurado e eu fui o único a fazer a transmissão na íntegra graças a um amigo português que lá estudava e a umas quantas notas de dólar, devida e correctamente destribuidas. Hoje, dia em que completo 540 meses, depois dos 30 deixei de celebrar os anos e apenas celebro os meses, não quis deixar de aqui recordar o Zé Neves, já que no meu aniversário ia sempre almoçar com ele...