DIVAGANDO


Um sinal de que as nossas férias são bem gozadas é...demorar algum tempo, mesmo depois do regresso à labuta, a reencontrar as rotinas. É uma espécie de prolongamento que de certo modo nos amortece a perspectiva de mais um ano a aturar chatos. Ok, há coisas piores na vida, como assentar telhas, atacar nas estradas ou assessorar os Mccann. Sem stress, que julgo eu ser doença de que me livrei desde que deixei de pensar que a vida é uma carreira e não uma corrida para o abismo. O importante é saber chegar lá devagar e saboreando o que a vida tem para nos dar sem no cair no ridículo de expor as nossas fragilidades e incompetências em patentes e contra-patentes. É aqui que está o segredo. Se atingirmos este nirvana, só podemos ser perturbados por um súbito entupimento dos esgotos ou por uma quebra de sinal da TV cabo. A beatitude também surge quando temos tempo, inclusive, para ler os classificados do JN ou do CM, com um deleite especial nas páginas de massagens com mulheres divorciadas, peludinhas e que fazem botão de rosa, quanto mais não seja é um estímulo libidinoso bem mais preciso que qualquer punheta através da ajuda de Mr. Google sob a palavra-chave "sex free fuck teen" ou coisa que o valha, que nestas tretas há sempre mentes desviantes tipo "mature fuck young boys" ou "gays fuck" e por aqui me fico neste capítulo para não levantar mais poeira sobre um jogo perigoso porque, sei-o de fonte segura, até os computadores estão a ser monitorizadas no afã de apanhar a malta a violar...o segredo de justiça, essa donzela de vidro que os nossos advogados apresentam em fóruns televisivos e a que depois fazem abrir as pernas sempre que é importante passar algumas informações aos media. Ver o que aconteceu no últimos "Prós e Contra", a propósito da pequena Maddie, que terminou com o pateta alegre, o fala-barato, o guionista e o outro que não conheço a falarem precisamente disso, o que de certo modo até se justifica pois também aqui no snack-bar do sr. Alberto já se discute deontologia jornalística embora seja também tema aquela repórter da RTP que tem uma falha nos dentes, pois esta malta repara em detalhes, mesmo quando está embrenhada num prato de rojões com tripa enfarinhada. Para animar as hostes, os meus amigos Luigi Graziani e Jorge Punk também descobriram este local mal frequentado, o que me leva ponderar se hei-de dar corda ao relógio ao mijar contra a parede, que era o dilema do também meu amigo José Augusto, ex-preparador físico da selecção nacional, quando ia a caminho das Antas para entrevistar o Herman Stessl, nos bons tempos em que na Rua de S. João surgiam marcas de cagueiro na banheira da redacção e quando a puta bíblica se fechava no quarto escuro para fazer bobós ao chefe, correndo sérios riscos pois o local estava cheio de líquidos perigosos e pegajosos. E confesso hoje que era eu quem mudava de sítio o elefante de louça do Augusto Martins e as saudades daquela feijoadas que o Marinho confeccionou no bidé da casa de banho - que se saiba, ainda ninguém morreu de sida ou com qualquer doença venérea. Por falar no Marinho, ai que saudades, ai, ai, não sei o que aconteceu, mas o homem deixou de me ligar e parece que tem uma pedra no sapato sempre que fala de mim, já me devia conhecer suficientemente bem para saber que não jogo o jogo da vida com cartas encoiradas e que se por vezes falho é porque o sapiens sapiens é falível sobretudo quando há golpes no estádio... Desculpem este bocadinho mas estive uma tarde inteira a olhar por 4 garotas e ninguém me acusou de pedofilia, quando muito teria eu razões para apresentar queixa por maus tratos, mas este também é o sal da vida, ver outra gente a crescer embora enchendo-nos o saco como aquele chato que se senta ao nosso lado no alfa e desata a falar do aquecimento global, do Brad Pitt e do Clooney. Quanto àquela história do jovem jornalista que deu nove numa noite, apenas uma rectificação: não era virgem. Já tinha feito o seu exórdio no Pérola Negra.