Portugueses, às vezes...


Na lista dos finalistas de "Os Grandes Portugueses" estão três personalidades que quanto mais não seja merecem suscitar alguma polémica. São os casos de Salazar, Álvaro Cunhal e o Marquês do Pombal. O primeiro e o último tiveram tempo e oportunidade para aplicarem as suas "reformas", o do meio ficou-se pelo PREC. Com esta escolha, os portugueses mais uma vez revelam a sua ambiguidade e confirma-se que a grandeza nem sempre tem muito a ver com a justiça e o humanismo. E depois há esta coisa interessante de se juntar no mesmo saco fascismo, comunismo e despotismo. Mas aqui foi sagacidade - são sinónimos. Há que dar algum mérito a este tipo de homens. Repare-se: não fosse Hitler e não se tinha inventado a boneco insuflável. Não fosse Salazar e nem o João Botelho nem o Manuel de Oliveira teriam feitos filmes. Não fosse o Cunhal e ainda hoje todos diriam sem complexos, no fim de uma jornada de trabalho, 'até amanhã camaradas'. Não fosse Pombal e os principais ministérios portugueses estariam acantonados num prédio envidraçado sem vistas magníficas para o Tejo.
Portugal mais uma vez no seu melhor. Ou no seu pior. Conforme a perspectiva e graças à Maria Elisa, provando que podemos ser feios, porcos e maus mesmo sem termos inventado a buceta de silicone.