HIP-POP

No parque de estacionamento da Casa da Música, no Porto, houve este fim de semana uma "rave" de hip-pop. A minha filha só tem 5 anos mas já curte a onda e até tem duas sessões semanais do estilo numa escola de dança de Matosinhos. É lá com ela. O que me surpreendeu na incursão à cave do quadrado imperfeito da rotunda foi o espectáculo dado por um puto magrinho com roupa de um tipo gordo como eu que encostou a boca ao microfone e debitou sons entre os gutural e o imperceptível, levando a galera ao delírio. Não desgostei. Retirei-me com a sensação de que estou a ficar velho e certo de que o tempo dos festivais de música nos prados onde pastam vaquinhas também já passou. Nada como um bom parque de estacionamento feito por um arquitecto holandês onde não se cobra para estacionar e onde podemos ficar com a sensação de que estamos algures entre a Lua e Marte, num asteróide perdido no espaço frequentado pelos homens e as mulheres do futuro. Os mesmos que já praticam uma nova linguagem que hoje pude descobrir no paredão da praia de Leça: "M. k te ama mt pk n pd viver 2?"