A ignorância é democrática


O desconhecimento das leis do jogo – que são 17, às quais se acrescenta o critério do árbitro – é responsável por muita conversa de café e por muita tinta de impressão. O pretenso penálti de Pepe continua, por isso, a dar que falar e que escrever. Mas não é do penálti que vou falar mas sim do cartão que Pepe não viu. A teoria geral do futebol falado aponta para o vermelho. Errado! Se Olegário tivesse marcado falta, a cor do cartão a mostrar a Pepe só podia ser o amarelo. Há cinco critérios bem claros que definem a amostragem, neste tipo de situação, do cartão vermelho: a distância para a baliza dos intervenientes; a direcção para a baliza; a localização da bola; a localização do guarda-redes; e a posse de bola. Ora, o que se vê, e a olho nu, é que Pepe e Liedon ainda estavam longe da baliza, não estavam propriamente no seu enquadramento e a posse de bola era do jogador portista. Só se lamenta que quem sabe tudo isto e se diz especialista não seja capaz de esclarecer quem por norma vê futebol com lentes coloridas e pouco cristalinas. A miopia, está visto, não é só uma doença ocular.