CALAMIDADE NACIONAL


Um conhecido árbitro dizia-me hoje que os nossos comentadores televisivos 'massacram' os telespectadores com casos e casinhos de arbitragem e argumentava que só o fazem porque se preparam mal para os jogos e é fácil assim encher o chouriço. Concordo com ele. É ridículo repetir-se um lance 3 vezes só para se saber se foi ou não canto. E os nossos relatadores e comentadores ainda não encontraram o registo certo. Repare-se no anacronismo vivo que é José Marinho. Bons relatadores de rádios não dão necessariamente bons relatadores de televisão, aliás, na televisão não há lugar para relatos. O narrador tem de situar a acção e nomear os intervenientes, não se devemdo abster de comentar. O comentador, por excelência, tem de nos ajudar a ler o jogo e pode dar uma ajuda também nas estórias. Para um jogo deve fazer-se o trabalho de casa porque a inspiração dá muito trabalho. E não se faz. Ou temos miúdos que fizeram o tirocínio mal feito, ou engraçadinhos, ou treinadores frustrados ou pessoas que pensam ainda estar a trabalhar na rádio. É uma calamidade, sem dúvida, e o pior é que temos de levar com eles quase todos os dias. Não dá muito jeito carregar no 'mute'. Está na hora dos responsáveis das nossas televisões perceberem que o futebol custa muito dinheiro e que algum deve ser investido na formação, na qualificação e sobretudo na selecção de quem narra e comenta na TV futebol.