O burro é ele?


O futebol português é pródigo a parir excêntricos. Um autêntico manancial. Na minha vida profissional ativa conheci alguns mas não tive a sorte de conhecer bem Bruno de Carvalho, o antigo presidente do Sporting que queimou todo o solo que pisou mas que deu ao Sporting uma nova sala de troféus. Os sportinguistas que conheço amaram-no de forma quase incondicional e defenderam-no com unhas e dentes de leão mesmo quando começaram a ser sentidos os primeiros sinais de dislexia intelectual.
Bruno só teve um azar: o descontrolo daquele assalto a Alcochete. E depois, claro, acabou chacinado pelos viscondes do costume e sem direito a assistência médica pois até o médico mostrou sede por ir ao pote.
O título conquistado na época passada parece ter acabado de vez com qualquer veleidade de Bruno de Carvalho. Mas o futebol é mais volátil que a política e aquela máxima de António Alberto Coimbra Pimenta Machado - outro outsider mas de longa duração - continua aí à espreita.
Tenho pena, confesso, do que aconteceu a um Bruno de Carvalho que garantia animação contínua nos jornais desportivos e nos programas de paineleiros e cartilheiros. Faz muito falta para quebrar esta monotonia noticiosa e palavrosa que até conseguiu fazer de conta que o presidente do Benfica não foi proibido de ser presidente do Benfica pelo Ministério Público, o mesmo que já tentou várias vezes apanhar Pinto da Costa com as calças na mão mas que o melhor que conseguiu foi aumentar a faturação do Parador de Tuy.
Não vou dizer, como disse o Bruno, que os adeptos do Sporting são os mais burros da história, apenas aqui recordo a célebre frase do Scolari no Estádio do Dragão. E registo o silêncio envergonhado de todos aqueles que lhe foram comer à mão, entre os quais o tal jornalista que tem linha direta com Deus,