SEGUE A RUSGA EM S. JOÃO NOVO

« Furacão Carolina continua a soprar forte...
Como sei que gostam disto, cá vai mais algum material sobre o surpreendente julgamento 6 em 1 que está a decorrer no tribunal de S. João Novo, no Porto, e no qual Pinto da Costa e Carolina Salgado são ao mesmo tempo arguidos e assistentes. A terceira sessão decorreu esta semana e mais uma vez Carolina meteu baixa. O médico que a assinou terá de estar no tribunal, no próximo dia 27, data da próxima sessão, para explicar o que se passa com a ex-primeira dama que entretanto deixou Cabeço de Vide e tem sido visto na rua dos Caçadores, em Gaia, onde outrora Pinto da Costa manteve o seu museu e uma gaveta numa cómoda.
Pois bem, a última sessão foi animada pelos depoimentos de Pinto da Costa, Fernando Póvoas e Lourenço Pinto.
(continuo sem entender a presença da chamada Imprensa cor-de-rosa neste evento onde se tem lavado tanta roupa suja, mas quem sou eu para definir a agenda dos paparazzos?)
PC começou por explicar que tinha o seu museu na casa da Rua dos Caçadores e que, depois da separação, porque Carolina ficou com essa casa, o mudou para um escritório na Rua do Paraíso, no Porto, onde funcionou a sua imobiliária, entretanto, como disse, desactivada. Disse PC que foi ali chamado em Dezembro de 2006 e que ali encontrou os bombeiros e a PJ e a porta chamuscada por dentro, um tapete queimado e o tecto preto. "Disseram-me que tinham deitado um ácido por debaixo da porta depois de não a conseguirem arrombar porque é frichet", contou, "e que só não foi pior porque estava tudo fechado e não havia circulação de ar no interior". Suspeitos? "Bem, só três pessoas sabiam o que eu tinha lá: Reinaldo Teles, o seu irmão e a Carolina Salgado, que esteve ali muitas vezes". O mesmo aconteceu nesse dia ao escritório do advogado Lourenço Pinto. "Deve ter sido a mesma pessoa", referiu PC.
Acertar o passo ao Papagaio
"Essa senhora, segundo o que disse o então seu amigo Paulo Lemos na comunicação social, disse que matava o dr. Póvoas", acrescentou sobre algo que conheceu "através de notícias" tendo como sujeito o tal Lemos que começou este julgamento como arguido mas que agora é só testemunho, depois de PC se ter considerado ressarcido de todos os prejuízos causados no seu escritório. "Esse senhor apareceu nos jornais exibindo roupas minhas e objectos meus" e "disse que Carolina queria tramar o dr. Luís Filipe Menezes e extorquir-me 500 mil euros a mim". Situação que enfrentou assim: "Assustei-me". Sobre Póvoas disse ainda PC que Carolina, na fase final da relação entre ambos, tinha uma "fixação absurda" e que até chegou a dizer que ia acertar o passo a esse papagaio. Tudo porque "entendia que ele tinha alguma coisa a ver com uma senhora que vivia em Londres, onde eu me desloquei algumas vezes para ver jogos do Chelsea". A Carolina "entendia que o dr. Póvoas nos queria juntar, o que não tem pés nem cabeça, ela ficava cega quando falava no dr. Póvoas". Durante o processo de separação, "ela falou com o dr. Lourenço Pinto para saber o que estava disposto a dar-lhe. E quanto valia o espólio de PC, quis saber o juiz. "Um milhão de euros mas por um milhão de euros não o vendia porque tem muito valor para minha, é toda uma carreira desportiva que está ali..."
Ò dr, não me fale em mulheres...
Confrontando com outra entrevista de Paulo Lemos, na qual este disse que fora obrigado a mentir depois de ter acusado Carolina, PC disse apenas: "Acho graça". José Dantas, advogado de Carolina, manteve alto o nível ofensivo. "Ela dizia que lhe tinham mandado uma fotografia minha a passear em Londres com essa senhora e também que não precisava de lhe indicasse advogados, tendo dito mesmo 'o Vieira arranja-me um advogados, não quero mais nada com os Pintos'". Porque "ameaças era o forte dela, dizia-me 'tu vais ver quem eu sou, não me substimes e não te esqueças que tens uma filha' e por não me esquecer disso é que me separei dela". Seguiu-se o dr. Póvoas, o famoso Dr. Dietas, outrora com outro título mais bombástico, quando andou pelo futebol. Ao médico das dietas Carolina terá preparado uma emboscada que não se consumou mas que mandou executar. Perguntou o procurador a Póvoas: - que tipo de relação mantinha com Carolina Salgado...se não for de foro pessoal? "Era uma pessoa que se relacionava com um amigo meu", respondeu quem confessou que foi abordado por Carolina quando esta suspeitou que PC não ia a Londres só para ver o Chelsea de Mourinho. "Falei com o senhor presidente sobre isso e ele respondeu-me: 'ò dr, não me fala em mulheres - fale-me em pontas-de-lança!' O que fez com que Póvoas ficasse "com algumas suspeitas" sobre uma relação de PC com a tal Maria que vivia em Londres. Mas à Carolina disse para estar tranquila...sou homem...e depois ela ficou a pensar que eu estava por detrás desses encontros, que era a ponte entre Pinto da Costa e essa senhora. Obviamente, fiquei assustado quando soube o que me preparavam. Durante muito tempo saí sempre acompanhado da clínica".
Dava 50 euros a pobres e roubava vinho nos restaurantes
Sobre Carolina disse ainda que é uma pessoa "de algumas loucuras" e capaz de fazer coisas muitos boas e muito más. Por exemplo, "tanto dava 50 euros a um pobre como saía de um restaurante com uma garrafa". A separação, essa, causou a Póvoas "alguma pena porque era um casal que se dava bem, gostavam um do outro". Póvoas acha que houve ingratidão de Carolina" e lembra-se de ouvir Pinto da Costa dizer-lhe, depois da agressão a Ricardo Bexiga, "foi aquela gaja de certeza", isto numa fase em que a relação entre ambos estava perto do fim. Póvoas fez uma espécie de acto de contricção e confessou que não foi muito correcto quando não revelou as suas suspeitas a Carolina. "Sou homem", desculpou-se. Falou a seguir Nuno Santos, que disse ter sido alertado que tinha havido um incêndio no escritório de PC quando circulava na zona do Marquês e que para ali se deslocou tendo visto que a porta de entrada do escritório estava chamuscada por fora. O juíz e o procurador insistiram e ele reafirmou que estava chamuscada por fora. Ora, PC tinha dito que estava chamuscada, sim, mas por dentro. O que levou o procurador a despachar no sentido de ouvir Nuno Santos e PC na qualidade de testemunhas devido a ambiguidade nos seus depoimentos. É que, como se sabe, um arguido tem o direito de mentir, uma testemunha não... Por fim, Lourenço Pinto. Motivos para o assalto ao seu escritório: documentos sobre um arresto que interessavam a Carolina, que considera "a suspeita" do acto, melhor dizendo: "a única possibilidade". O prejuízo, esse, foi de 5 mil euros.
Chantagem napolitana
Lourenço Pinto revelou que Carolina tinha pedido 500 mil euros a PC por um pacto de silêncio e que pôs PC a falar com o advogado da ex-companheira ao telefone para debaterem o assunto. Após a chamada, PC disse-lhe que não pactuava com chantagens mas que estava disposto a escrever o prefácio do livro que Carolina queria escrever, a pagar a edição e a oferecer 10% dos seus direitos ao Coração da Cidade. LP considerou os processos usados por Carolina uma partida de mau-gosto, "uma chantagem de carácter não siciliano mas napolitano", o que levou a que o juiz presidente o repreendesse pelos termos usados por quem um dia aconselhou a Carol o livro "A Sicialiana". Ainda deu para ouvir LP dizer que Carol deixou a casa que partilhou com PC na Madalena toda destruída: "Candeeiros do jardim partidos, vidros partidos, espelhos pintados e um quadro que parecia ofensivo com um dragão..."LP continua a ser ouvido no próximo dia 27. Estarei de férias mas fico à espera que alguém me conte os novos episódios desta novela digna de prime time.
PS - Só mais uma coisa: o que é que tem a ver uma cadeira lançada pelos Super Dragões na Luz e que acertou na cabeça de um homem das leis com este julgamento?