Deliberado e Intencional


Pedro Henriques, árbitro de Lisboa, terminou o ano de 2008 representando a arbitragem portuguesa na polémica instalada, sobre a sua decisão errada de ter considerado mão na bola a Miguel Vítor, anulando assim um golo legal ao Benfica.
Antes de mais, sou dos que acredito, que efectivamente este árbitro viu mão deliberada, tendo logo imediatamente explicado isso a todos os que assistiam ao jogo.
Aliás, as declarações proferidas por Pedro Henriques após o jogo, confirmam que o que ele viu foi isso mesmo, embora fique apenas pelo lado factual e não faça uma análise ao lance pelas imagens á posterior, o que sinceramente acho perfeitamente normal.
Os dirigentes do Benfica, um dia depois calaram a sua revolta, talvez fruto da época Natalícia, ou então porque correctamente vão tratar este assunto longe das emoções e resolver no local próprio, com quem de direito; Vítor Pereira.
Certo é que, jogar a bola com a mão, foi sempre falta integrada na Lei XII e se no início era punida quando jogada voluntariamente, antes foi intencional e agora é deliberada.
Só que, é na sua aplicação que reside a verdadeira capacidade do árbitro, que deve procurar fazer esta separação entre o toque casual ou deliberado o mais rapidamente possível.
Somente há falta quando a mão ou o braço joga deliberadamente a bola.
O facto de a bola bater na mão ou num braço de um jogador não é punível, mesmo que o referido jogador obtenha para si (ou para o colega) vantagem para poder jogar a bola ou fique(m) de posse da bola.
O resto, brincar com um trocadilho de palavras, voluntariamente é sem sombra de dúvida, uma forma deliberada e intencional de fugir às responsabilidades.
Desejo que 2009 seja um Ano de boas arbitragens e de decisões correctas para os árbitros portugueses.
E aos Leitores um Excelente 2009.

Este artigo da minha autoria foi publicado no Jornal de Noticias na coluna semanal de terça feira "Arbitragem ao Raio-X"