in MELGAÇO


No magnífico centro de estágio de Melgaço, 23 dos nossos 25 árbitros de 1.ª categoria preparam a nova época. Os trabalhos começaram ontem e prolongam-se até domingo. Há provavelmente demasiada componente "psicológica e motivacional" numa acção por norma muito técnica e a "coisa" nem terá começado da melhor maneira, pois a recepção de Hermínio Loureiro na Liga, na 4.ª feira, foi sorumbática. O presidente da Liga confessou o seu desgosto pelo facto de a comissão de árbitros a quem entregou a tarefa não ter encontrado um patrocionador para substituir a Era, que já era, como consequência da crise que vai aí pelo imobiliário. A arbitragem custa 3 milhões de euros por ano à Liga e não será nunca um patrocionador a pagá-la mas esse patrocinador pode ajudar e do seu investimento resultam prémios anuais na ordem dos 6 mil euros para cada árbitro de topo, o que não é nada mau para fim de conversa. Vai agora Hermínio tentar resolver o problema. Com a capacidade que já demonstrou para tal, acredito que vai conseguir um patrocionador para os nossos apitadores. Até lhe possa deixar algumas sugestões:
- Gondomar, capital do ouro.
- Securitas ou Prosegur (mais esta porque tem mais a ver com os equipamentos)
- Galp
- Cerveja coral (único refrigerante do mundo com álcool)
- Allgarve
- Agência Cosmos

Entretanto, o curso começou com uma acção no terreno que, para não ser mauzinho, classificaria como simpática. Vítor Pereira arrebanhou um grupo de 12 miúdos e simulou jogadas com o acompanhamento de dois árbitros e de dois fiscais de linha na mesma...linha. Quem sabe não estará aí uma inovação à portuguesa... Pereira corrigiu posições e, perante algum enfado indisfarçável de alguns apitadores, pediu aos rapazes para adivinharem linhas de passe e se colocarem sempre que possível nas costas do jogador que ataca, não caindo na tentação de se encostarem aos flancos, perdendo, aí, uma indispensável "visão da elipse". Alguns árbitros devem ter ficado bastante confundidos sobretudo pelo facto de terem dois bandeirinhas, com um já é o que é, imaginem o que será com dois...
Antes desta acção, deu para perceber a falta que Paulo Paraty faz como "dinamizador" do grupo. Coube a Pedro Henriques uma acção de coesão psicológica mais a descair para o lado gabarolas militarista, puxando pelo seu grupo nos jogos de futvólei, com sonoros "campeões, campeões, nós somos campeões" no final dos jogos que alguns árbitos mais experientes encararam com alguma bonomia, assim no jeito de quem pensa "deixa-o pousar".
Ok, entre 25 árbitros não é obrigatório que a empatia seja geral. Mas também não é preciso ter falta de comparência. Vale que Proença e Gomes já se vão assumindo como novos líderes da classe, perante a observação atenta de Paulo Costa, e começa a ser perceptível para Vítor Pereira que até pode brincar um pouco mas que não está à frente de uma turma do 4.º ano do 1.º ciclo.