O RATO

Num tempo de pouca memória, para além dos pastiches do costume (Eusébio, Yazaldes e quejandos), que limitou a notícia da morte de Nelo Barros a uma simples breve, sem recordar uma figura ímpar sobretudo como técnico de futebol, chamo à boca de cena um dos maiores jogadores da história do Leixões - Oliveirinha. É um dos maiores goleadores de sempre do Leixões, onde sempre jogou e onde teve um dia a oportunidade de ir jogar para o Benfica. Não o deixaram, como aconteceu a muitas rapazes do seu tempo. No LSC, Oliveirinha foi autor de várias proezas. Por exemplo, marcou 13 golos em dois jogos consecutivos da II Divisão: 7 num 10-3, 6 num 7-1 sobre o Espinho. Na I Divisão, a sua melhor marca foi 4 golos num Leixões, 5 - Covilhã, 1. Oliveirinha era um rato da área, de aí um dos seus epítetos, e terminou um campeonato com 34 golos marcados. Quanto não valeria hoje? Como já disse, era conhecido por "O Rato" porque "só parava quando a bola estava parada" e "nunca desistia dos lances". Também porque usava algumas artimanhas. Os seus golos com a mão ficaram na história e ainda hoje são recordados pelos adeptos leixonenses. O próprio explica a técnica:
- Primeiro, olhava para a posição do árbitro. Depois, ou pisava o pé do guarda-redes ou do defesa que me seguia ou então puxava-lhe discretamente a camisola. E sempre que a bola parecia fugir da cabeça, punha a mãozinha e zás...golo.
Também conhecido por "O Bruxo" - Filpo Nunez, um dos seus treinadores, acreditava que ele capaz de adivinhar em que baliza o Leixões iria marcar -, Oliveirinha é um jogador sem tempo. Um dos nossos imortais. E quando digo nosso falo dessa grande família que é o Leixões.