FIÚZA, o temerário


Não consigo deixar de ter alguma simpatia pelo presidente do Gil Vicente. António Fiúza, conhecido industrial de peúgas, continua a ser o homem do momento, agora que, conforme nos anunciou na SIC Notícias, o 'caso Mateus' passou "as fronteiras do Mundo", sendo, sem dúvida, o assunto mais falado nas ruas e nos bares de Marte, para não falar na sensação que está a fazer em Plutão. O presidente do Gil pode gaguejar um bocadinho e não perceber as perguntas que lhe fazem mas tem revelado uma determinação impressionante. A sua "teoria da cabala" é algo que atinge o núcleo duro do nosso futebol e só por isso é importante haver alguém capaz de não se render aos poderes instituídos. Acreditem que deve ser verdade: muita coisa já deve ter sido oferecida ao Gil para desistir deste processo! Um processo vergonhoso e que chegou onde chegou por culpa de todos: do Gil que tentou inscrever Mateus a martelo; da Federação que perdeu o fax no qual autorizava o Gil a recorrer aos tribunais (com o inefável Amândio de Carvalho mais uma vez na berlinda...); do Belenenses que perdeu no campo o que agora quer ganhar na secretaria; da comissão disciplinar da Liga e do presidente da mesa da AG da Liga; do conselho de justiça da FPF, que afastou quem pediu escusa e depois se arrependeu e aceitou que quem se demitiu voltasse a ser admitido. Enfim, uma grande trapalhada, aproveitada, e bem, pelo Leixões para reclamar o seu mérito desportivo: um 3.º lugar que lhe daria, uma ano atrás, subida directa, só que os iluminados deste país lembraram-se mais uma vez que os campeonatos profissionais tinham equipas a mais - e com isto tiraram 18 receitas aos clubes e deixaram uns tantos jogadores e treinadores no desemprego, coisas de somenos, porém... Entretanto, temos por aí os opinadores de aviário do costume a sobreporem as suas próprias serôdias opiniões à notícia pura e dura, que assim até dá mais jeito, não é preciso pensar tanto, bastam as banalidades habituais...