DIVAGANDO SE VAI AO LONGE

Nos últimos 30 anos, o futebol português foi agitado por alguns processos que podiam ter sido exemplares mas que hoje só com algum esforço a nossa memória recupera. Refiro-me aos casos carimbo do N'Dinga, Penafielgate, passagem por Vale Azevedo pelo Benfica, prisão de José Guímaro, relatório Boronha e, mais recentemente, Apito Dourado. Por ordem de entrada em cena, o primeiro foi a verdade que a mentira consagrou, o segundo foi apenas para inglês ver, o terceiro um ciclone que só levou as antenas parabólicas dos condomínios de luxo, o quarto resumiu-se a um simples cheque de 500 contos e à exclusão do Leça sem mais barulho, o quinto não fosse o Carlos Rias e nem aos jornais teria chegado e o sexto é declaradamente um processo para ir morrendo nos tribunais. Tivesse eu um bocadinho mais de tempo e talvez tivesse aqui um best-seller, para fazer companhia à abundante e redundante literatura desportiva mais ou menos a propósito de construções na areia do nosso futebolzinho ou então tendo como mote José Mourinho.