BANALIDADES

Vivendo eu na expectativa semanal - diria mais, diária, horária... - de tentar percepcionar a quem será dirigida a próxima epístola do Simões, deparei na capa do esférico com mais uma poderosa foto-notícia de André Alves, o melhor boneco do 'frango' que só um jornal (o do costume) chamou como tal de Vítor Baía na Luz. Para espanto meu a mesma foto, com a mesma assinatura, fazia a primeira página do DN. O velho Chefe lá deu mais uma volta no seu túmulo... Na minha rua há um curioso clube de fãs: são os fanáticos, não as fanáticas, das crónicas do Lima, essa luminária do jornalismo português que todas as semanas nos serve banalidades em formato estupidificante. É um exercício difícil e elaborado, que justifica bem uma avença generosa.
[atenção que ainda há resquíscios de Carnaval, não levem a mal]
Reparem como é curioso o nosso jornalismo desportivo: o desalinhado "Record" noticiou que Pinto da Costa foi à Liga denunciar um árbitro de 1ª categoria. É uma notícia como todas as outras mas ninguém investigou. Compreende-se: há muito tempo que o jornalismo de investigação foi pendurado na parede, ao jeito de relíquia, em algumas redacções, onde pululam eternas promessas, banalóides excitados, lambe-botas e cretinos e, claro, muita bufaria. Estes últimos nem são os mais perigosos pois são facilmente identificáveis pela forma como perseguem os chefes e se dobram quando estes falam, muitas vezes para dizer grandes patetices.
[atenção, são resquíscios do Carnaval mas não justifica só dizer mal]
No meio disto tudo, até custa a perceber como conseguem sobreviver e medrar no esterco jornalistas do calibre do Carlos Vara, que é só para dar um exemplo de excelência, não desfazendo o facto de este personagem ter participado na série infantil "Os Teletubbies". O Vara usa o espaço que lhe dão para juntar imaginação com informação. Pode parecer simples mas é difícil de atingir. Outros usam o espaço para sua auto recreação, justificando cada vez mais a existência do "Soduku". Não vou dizer quem são os outros porque também eu não tinha jeito para o futebol e não foi isso que quis ser director de um jornal desportivo.
[adiante]
Eis-nos chegado à secção dos desmentidos. É uma secção perigosa pois muitas vezes está armadilhada. Está bem que fazer um desmentido a pedido sempre nos permite marcar pontos nos canais sádicos, mas o pior é quando o desmentido não se confirma. O que mais me chateia é que já se fazem desmentidos por tudo e por nada. Estamos já na zona não da concorrência mas do excesso de zelo. Um terreno fedorento e movediço, como os pântanos da Flórida.
[e 'prontos']
Em semana sabática foi o que se pôde arranjar. À falta de pior...