DÉFICE


Vivemos num país em défice. Não só orçamental. Os nossos aeródromos são atravessados por estradas, prédios caem em plena baixa do Porto, clubes com 36 jogadores nos quadro continuam a contratar, morre um poeta e logo uma centena de patetas pergunta porque não houve luto nacional (como se os poetas almejassem essa "glória"), Jorge Sampaio condecora Leonor Pinhão no 10 de Junho, a TSF deixa de ter noticiários desportivos porque alguém lhes disse que chegou o "defeso", a "silly season" chegou finalmente ao Marco de Canaveses, a acusação do "Apito Dourado" marina, algures em Lisboa o sorriso pepsodente de Albarran continua a brilhar apesar de tudo (caramba, o homem lançou a Bárbara e a Sofia, só por isso merecia ser condecorado pelo PR), o campeão do mundo contrata um jogador com dois "k" e o campeão nacional o craque Kyra não sei quê do poderíssimo Samarra (?), o Sporting vende ao desbarato o seu melhor jogador (Enakarhire), o enxofre russo continua a render e ninguém quer saber porquê, o julgamento do caso Casa Pia parece que ainda está a decorrer embora o Pedro Namora esteja de partida para o Brasil, a SIC notícias diz que é de notícias mas há duas horas que caiu um prédio no Porto e ainda não há imagens, só faltam 4 dias para me por a caminho de Tavira (e é isso que me anima) e continuam a sair livros de futebol como pãezinhos quentes. Por falar neles, hoje comprei um - «Segredos de Balneário», de Rui Pacheco, com prefácio de José Mourinho. É um livro sobre as palestras dos treinadores de futebol antes do jogo e tem alguns depoimentos interessantes. Não está lá o famoso "vamos a eles como tarzões" de Fernando Cabrita mas está isto, por exemplo: "Nunca dou explicações aos meus jogadores pois compreendi que não era possível explicar-lhes as minhas escolhas", Fabio Capello. Pela amostra, vale apenas, custa 12 euros e é uma edição da "Prime Books".