(aqui se inicia a republicação e a edição de diversos textos relativos ao processo Apito Dourado. Para memória futura)
20 de Abril de 2004
Mais de 60 buscas domiciliárias, de Bragança a Setúbal, são concretizadas através de uma operação que envolveu diversas directorias da Polícia Judiciária e que foi comandada pela Directoria do Porto, sob a orientação do sub-director Teófilo Santiago (hoje à frente da directoria de Aveiro). O processo arranca com um total de 1.784 folhas, aí constando muitas das escutas entretanto validadas pela juíza Ana Cláudia Nogueira. Só o telemóvel de Valentim Loureiro motivou a transcrição de 117 chamadas. O total de escutas rondou este astronómico número: 15.000. A PJ cumpre os 16 mandados de detenção emitidos e Valentim Loureiro, José Luís Oliveira, José António Pinto de Sousa, Francisco Costa, Luís Nunes, Joaquim Castro Neves, Carlos Silva, António Henriques, Paulo Torrão, Jorge Saramago, Fernando Valente, Manuel Mendes, José Manuel Rodrigues, Licínio Santos, António Eustáquio e Pedro Sanhudo dormem nos calabouços da PJ, praticamente estreando estas instalações da portuense Rua Assis Vaz, a dois passos do antigo estádio do Salgueiros.
21 de Abril
Jorge Saramago, árbitro de Aveiro, é o primeiro a ser ouvido no Tribunal de Gondomar, tendo prioridade para poder estar presente no funeral do pai. De tarde, seguem-se as inquirições dos árbitros Licínio Santos, Fernando Valente, Manuel Mendes, António Eustáquio e José Manuel Rodrigues. São também ouvidos e constituídos arguidos Paulo Torrão, funcionário da FPF, Carlos Silva e António Henriques, membros do Conselho de Arbitragem da FPF.
22 de Abril
Pinto de Sousa é ouvido durante todo o dia. Sai em liberdade mas o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF fica impedido de, sem ordem do tribunal, abandonar os concelhos de Matosinhos e do Porto, onde reside e trabalha, respectivamente. Francisco Costa, outro dos "conselheiros" começa a ser ouvido já noite avançada e sai já de madrugada.
23 de Abril
Chega a vez de Valentim Loureiro ser ouvido. Ana Cláudia Nogueira interroga-o durante dez horas! Já depois da meia-noite, o major sai em liberdade mediante uma caução de 250 mil euros e é esperado, emotivamente, por um grupo de adeptos do Boavista. Valentim esteve detido durante 86 horas. De madrugada, é ouvido Joaquim Castro Neves, chefe do departamento de futebol do Gondomar.
24 de Abril
Luís Nunes, membro do Conselho de Arbitragem da FPF, Pedro Sanhudo, árbitro, e José Luís Oliveira, presidente do Gondomar, são interrogados por Ana Cláudia Nogueira. O líder do Gondomar e vice-presidente da Câmara de Gondomar fica em prisão preventiva. A primeira fase do processo "Apito Dourado" termina com um total de 164 indícios de crimes e 16 arguidos.
14 de Julho
Juiz Pedro Abreu Costa pede escusa depois de ter sido nomeado titular do processo "Apito Dourado", que continua entregue a Ana Cláudia Nogueira.
28 de Julho
Ana Cláudia Nogueira revalida a prisão preventiva de José Luís Oliveira.
23 de Outubro
José Luís Oliveira deixa o Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária do Porto e passa a estar em situação de prisão domiciliária, com pulseira electrónica.
18 de Junho
Pinto de Sousa troca o advogado Quelhas Lima pelo então bastonário da ordem, José Miguel Júdice.
2 de Dezembro
Buscas na sede da administração da FC Porto, Futebol- SAD, nas Antas, e mandado de detenção para Pinto da Costa, não cumprido devido à ausência do presidente portista. O árbitro Augusto Duarte é ouvido no Tribunal de Gondomar, de onde sai arguido e suspenso da actividade desportiva. Jacinto Paixão e os seus habituais árbitros assistentes, José Chilrito e Manuel Quadrado, dormem nos calabouços da PJ, tal como o empresário António Araújo.
3 de Dezembro
Pinto da Costa apresenta-se no tribunal. No exterior, tem à sua espera o núcleo duro da claque SuperDragões, mas o seu inquérito é adiado pois a juíza queria ouvir primeiro a equipa de árbitros alentejana. Paixão, Chilrito e Quadrado saem como arguidos e suspensos.
7 de Dezembro
Pinto da Costa é ouvido durante dez horas e sai sob caução de 125 mil euros e com a proibição de falar contactar o administrador da SAD António Araújo, Valentim Loureiro e árbitros de futebol. A juíza encontra "indícios consistentes" para o constituir arguido.
17 de Dezembro
Boavista emite comunicado informando que desconhece totalmente o facto de João Loureiro ter sido alvo de escutas telefónicas.
2005
19 de Janeiro de 2005
Isabel Damasceno, presidente da Câmara de Leiria, foi constituída arguida, alegadamente devido a uma conexão com José António Pinto de Sousa, que é concessionário da "Ford" em Leiria. Os árbitros Carlos Amado, Paulo Alves e Ângelo Ferreira também foram ouvidos.
26 de Janeiro
Vários árbitros da região de Lisboa, entre os quais Lucílio Baptista e Bruno Paixão, são ouvidos pela equipa da PJ que conduz a investigação nas instalações da Direcção Central de Investigações e Combate ao Crime Económico e Financeiro, em Lisboa. No dia seguinte, Jorge Coroado, Vítor Pereira e Adelino Antunes fazem a "peritagem" de alguns jogos sob suspeita. Lucílio Baptista é ouvido em Lisboa e é constituído arguido.
27 de Janeiro
A equipa da PJ, liderada pelo inspector Casimiro Simões, muda-se para a directoria de Setúbal, onde interroga o ex-observador Diamantino Pires e os árbitros António Taia, Paulo Rodrigues, Sérgio Cruz e Bruno Paixão. No Porto é ouvido Francisco Costa.
31 de Janeiro
Bruno Paixão é ouvido nas instalações da PJ do Porto na qualidade de testemunha e no final mostra a intenção de se constituir como assistente, contra algumas das pessoas indiciadas.
1 de Fevereiro
Ana Cláudia Nogueira revoga algumas das medidas de coacção impostas a Pinto da Costa. O presidente do FC Porto deixa de estar proibido de falar com árbitros e com o advogado Adelino Caldeira, administrador da SAD portista, e também com Valentim Loureiro.
2 de Fevereiro
Martins dos Santos, ex-árbitro, e Carlos Pinto, funcionário da Liga, são ouvidos na PJ do Porto. Azevedo Duarte, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, é conduzido ao Tribunal de Gondomar, tal como os árbitros assistentes João Macedo e Ricardo Pinto. São todos suspensos de funções.
Mais de 60 buscas domiciliárias, de Bragança a Setúbal, são concretizadas através de uma operação que envolveu diversas directorias da Polícia Judiciária e que foi comandada pela Directoria do Porto, sob a orientação do sub-director Teófilo Santiago (hoje à frente da directoria de Aveiro). O processo arranca com um total de 1.784 folhas, aí constando muitas das escutas entretanto validadas pela juíza Ana Cláudia Nogueira. Só o telemóvel de Valentim Loureiro motivou a transcrição de 117 chamadas. O total de escutas rondou este astronómico número: 15.000. A PJ cumpre os 16 mandados de detenção emitidos e Valentim Loureiro, José Luís Oliveira, José António Pinto de Sousa, Francisco Costa, Luís Nunes, Joaquim Castro Neves, Carlos Silva, António Henriques, Paulo Torrão, Jorge Saramago, Fernando Valente, Manuel Mendes, José Manuel Rodrigues, Licínio Santos, António Eustáquio e Pedro Sanhudo dormem nos calabouços da PJ, praticamente estreando estas instalações da portuense Rua Assis Vaz, a dois passos do antigo estádio do Salgueiros.
21 de Abril
Jorge Saramago, árbitro de Aveiro, é o primeiro a ser ouvido no Tribunal de Gondomar, tendo prioridade para poder estar presente no funeral do pai. De tarde, seguem-se as inquirições dos árbitros Licínio Santos, Fernando Valente, Manuel Mendes, António Eustáquio e José Manuel Rodrigues. São também ouvidos e constituídos arguidos Paulo Torrão, funcionário da FPF, Carlos Silva e António Henriques, membros do Conselho de Arbitragem da FPF.
22 de Abril
Pinto de Sousa é ouvido durante todo o dia. Sai em liberdade mas o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF fica impedido de, sem ordem do tribunal, abandonar os concelhos de Matosinhos e do Porto, onde reside e trabalha, respectivamente. Francisco Costa, outro dos "conselheiros" começa a ser ouvido já noite avançada e sai já de madrugada.
23 de Abril
Chega a vez de Valentim Loureiro ser ouvido. Ana Cláudia Nogueira interroga-o durante dez horas! Já depois da meia-noite, o major sai em liberdade mediante uma caução de 250 mil euros e é esperado, emotivamente, por um grupo de adeptos do Boavista. Valentim esteve detido durante 86 horas. De madrugada, é ouvido Joaquim Castro Neves, chefe do departamento de futebol do Gondomar.
24 de Abril
Luís Nunes, membro do Conselho de Arbitragem da FPF, Pedro Sanhudo, árbitro, e José Luís Oliveira, presidente do Gondomar, são interrogados por Ana Cláudia Nogueira. O líder do Gondomar e vice-presidente da Câmara de Gondomar fica em prisão preventiva. A primeira fase do processo "Apito Dourado" termina com um total de 164 indícios de crimes e 16 arguidos.
14 de Julho
Juiz Pedro Abreu Costa pede escusa depois de ter sido nomeado titular do processo "Apito Dourado", que continua entregue a Ana Cláudia Nogueira.
28 de Julho
Ana Cláudia Nogueira revalida a prisão preventiva de José Luís Oliveira.
23 de Outubro
José Luís Oliveira deixa o Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária do Porto e passa a estar em situação de prisão domiciliária, com pulseira electrónica.
18 de Junho
Pinto de Sousa troca o advogado Quelhas Lima pelo então bastonário da ordem, José Miguel Júdice.
2 de Dezembro
Buscas na sede da administração da FC Porto, Futebol- SAD, nas Antas, e mandado de detenção para Pinto da Costa, não cumprido devido à ausência do presidente portista. O árbitro Augusto Duarte é ouvido no Tribunal de Gondomar, de onde sai arguido e suspenso da actividade desportiva. Jacinto Paixão e os seus habituais árbitros assistentes, José Chilrito e Manuel Quadrado, dormem nos calabouços da PJ, tal como o empresário António Araújo.
3 de Dezembro
Pinto da Costa apresenta-se no tribunal. No exterior, tem à sua espera o núcleo duro da claque SuperDragões, mas o seu inquérito é adiado pois a juíza queria ouvir primeiro a equipa de árbitros alentejana. Paixão, Chilrito e Quadrado saem como arguidos e suspensos.
7 de Dezembro
Pinto da Costa é ouvido durante dez horas e sai sob caução de 125 mil euros e com a proibição de falar contactar o administrador da SAD António Araújo, Valentim Loureiro e árbitros de futebol. A juíza encontra "indícios consistentes" para o constituir arguido.
17 de Dezembro
Boavista emite comunicado informando que desconhece totalmente o facto de João Loureiro ter sido alvo de escutas telefónicas.
2005
19 de Janeiro de 2005
Isabel Damasceno, presidente da Câmara de Leiria, foi constituída arguida, alegadamente devido a uma conexão com José António Pinto de Sousa, que é concessionário da "Ford" em Leiria. Os árbitros Carlos Amado, Paulo Alves e Ângelo Ferreira também foram ouvidos.
26 de Janeiro
Vários árbitros da região de Lisboa, entre os quais Lucílio Baptista e Bruno Paixão, são ouvidos pela equipa da PJ que conduz a investigação nas instalações da Direcção Central de Investigações e Combate ao Crime Económico e Financeiro, em Lisboa. No dia seguinte, Jorge Coroado, Vítor Pereira e Adelino Antunes fazem a "peritagem" de alguns jogos sob suspeita. Lucílio Baptista é ouvido em Lisboa e é constituído arguido.
27 de Janeiro
A equipa da PJ, liderada pelo inspector Casimiro Simões, muda-se para a directoria de Setúbal, onde interroga o ex-observador Diamantino Pires e os árbitros António Taia, Paulo Rodrigues, Sérgio Cruz e Bruno Paixão. No Porto é ouvido Francisco Costa.
31 de Janeiro
Bruno Paixão é ouvido nas instalações da PJ do Porto na qualidade de testemunha e no final mostra a intenção de se constituir como assistente, contra algumas das pessoas indiciadas.
1 de Fevereiro
Ana Cláudia Nogueira revoga algumas das medidas de coacção impostas a Pinto da Costa. O presidente do FC Porto deixa de estar proibido de falar com árbitros e com o advogado Adelino Caldeira, administrador da SAD portista, e também com Valentim Loureiro.
2 de Fevereiro
Martins dos Santos, ex-árbitro, e Carlos Pinto, funcionário da Liga, são ouvidos na PJ do Porto. Azevedo Duarte, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, é conduzido ao Tribunal de Gondomar, tal como os árbitros assistentes João Macedo e Ricardo Pinto. São todos suspensos de funções.