O "NOVO" SPORTING


Os críticos do actual poder sportinguista há muito tempo que o acusam de se contentar com as migalhas que o FC Porto deixa cair. A mais recente afirmação de Bettencourt, o mais que provável sucessor de Franco, como que lhes dá razão. O próximo presidente leonino diz que quer durar pelo menos tanto como Pinto da Costa e que quer copiar o modelo organizacional do clube azul e branco. É a assumpção de uma política de não agressão ao grande clube do Norte, hoje já com muitas metástases a Sul, que se pode criticar mas que também tem a sua lógica, pois carrega ainda mais a rivalidade com o vizinho da segunda circular. A questão não é essa. É que eu pensava que o Sporting tinha uma Organização que até funcionou no início na viragem do século e do milénio, com a conquista de dois campeonatos! Pelos vistos, segundo o homem dos cabelo brancos, famoso desde que entrou em campo para deter a fúria de Fernando Mendes e quando apresentou a camisola de Rui Jorge pretensamente rasgada à dentada por Mourinho, perdeu-a. E perdeu-a, curiosamente, com o treinador que Bettencourt quer perpetuar e depois de "baldar" Carlos Freitas, dirigente que pode ter muitos defeitos (na óptica sportinguista, ou se calhar não, o de ser portista desde pequenino, isto é, desde sempre) mas que não anda a dormir na forma como alguns papagaios de bico amarelo.