Manoel Oliveira está fazer um século e o país presta-lhe homenagem. O Porto oferece-lhe as chaves da cidade e o "mestre" recusa enquanto almoça com o moçárabe presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Na profusão de entrevistas, Oliveira indigna-se com os jornalistas e com a pouca importância que eles dão aos diversos prémios para o chamado cinema independente. Por causa da efeméride, graças a Deus efémera, somos obrigados a ver trechos dos filmes do artista centenário. Verdadeiras "estuchas", exercícios quase infantis, narcisistas, naifs, porventura com alguma plastia mas, caramba, cinema é que nunca. Porque cinema é movimento, luz, acção, cadência, suspense, surpresa, delícia, deslumbramento, diversão... O que Oliveira faz são exercícios de estilos, diletantes, umbilicais, a chamada arte pela arte, que todos sabemos ser muitas vezes o refúgio dos tristes e dos incapazes. Não sei se o problema é do país ou se o país é o problema. O que sei é que fica confrangedor ver todo este espectáculo à volta de um tipo petulante que se diz realizador de cinema. Seja. Tem esse direito. Eu, português, é que dispenso bem este tipo de porreirismo à volta de um personagem ora caquético, ora patético. Excepto, claro, na forma como ao longo de todos estes anos tem conseguido do Estado subsídios para as suas obras primárias.
Manoel Oliveira está fazer um século e o país presta-lhe homenagem. O Porto oferece-lhe as chaves da cidade e o "mestre" recusa enquanto almoça com o moçárabe presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Na profusão de entrevistas, Oliveira indigna-se com os jornalistas e com a pouca importância que eles dão aos diversos prémios para o chamado cinema independente. Por causa da efeméride, graças a Deus efémera, somos obrigados a ver trechos dos filmes do artista centenário. Verdadeiras "estuchas", exercícios quase infantis, narcisistas, naifs, porventura com alguma plastia mas, caramba, cinema é que nunca. Porque cinema é movimento, luz, acção, cadência, suspense, surpresa, delícia, deslumbramento, diversão... O que Oliveira faz são exercícios de estilos, diletantes, umbilicais, a chamada arte pela arte, que todos sabemos ser muitas vezes o refúgio dos tristes e dos incapazes. Não sei se o problema é do país ou se o país é o problema. O que sei é que fica confrangedor ver todo este espectáculo à volta de um tipo petulante que se diz realizador de cinema. Seja. Tem esse direito. Eu, português, é que dispenso bem este tipo de porreirismo à volta de um personagem ora caquético, ora patético. Excepto, claro, na forma como ao longo de todos estes anos tem conseguido do Estado subsídios para as suas obras primárias.