NÃO ESTÁ FÁCIL AVANÇAR


O JOGO anuncia hoje, para amanhã, um novo grafismo. A renovação dos jornais é um meio importante para a sua afirmação num tempo em que cada vez mais o comprador de banca é batido pelo internauta, com a ajuda das edições online dos jornais de papel...o que não deixa de ser uma contradição chocante sobretudo porque as sinergias entre as edições em papel e online são residuais. Mas vem isto a propósito de um postulado que li n'O JOGO sobre o chamado relato de um jogo de futebol. "Relato" é uma palavra bem escolhida. Ali se diz que o relato está demodé pois a televisão "mostra tudo". De facto, se de um relato estamos a falar...é verdade. Outra coisa será uma crónica. Personalizada, bem escrita, ousada, divertida. É o que vem faltando há muito na nossa Imprensa desportiva. Não é ofício para qualquer um mas qualquer um o tenta praticar, sobretudo quando no ombro alguns galões. Nada de mais errado. A crónica é o maior género jornalístico e não só tem de ser treinada como deve obedecer a um critério rigoroso na escolha dos chamados cronistas. Um jornal não tem de ter necessariamente qualidade literária mas deve procurar fazer a diferença também pela singularidade dos seus jornalistas, que têm na crónica do jogo um espaço nobre para a afirmarem. Ou no "relato", se quiserem reduzir isto ao mínimo denomidador comum. Quanto à afirmação, "a TV mostra tudo" penso que não precisarei de ir muito mais longe: a TV mostra apenas uma parte da realidade e não raras vezes releva uma redundância, como acontece quando, por exemplo, repete 3 vezes um lance para determinar se um lançamento de linha lateral foi bem assinalado.