DIEGO, O MAIOR

Não sei o que Kusturica fez com a vida de Maradona - a amostra promete - mas sei o que Maradona fez pela nossa vida. Tive o privilégio de vê-lo no Mundial do México em todo o seu esplendor: da mão de Deus àquele magnífico slalom. Não me lembro de estar próximo dele pois acompanhei primeiro a selecção portuguesa, e as suas aventuras em Saltillo, e depois a selecção do Brasi, até ser eliminada pela França porque o central que bateu o último penálti estava com diarreia. Não fui a Viseu quando Maradona ali foi receber um prémio Gandula, jogava então no Nápoles, e o mais próximo que estive do melhor jogador de sempre da minha história do futebol foi em Amesterdão, quando o FC Porto lá disputou um torneio onde participou o Boca Juniors. Eu e o Manuel Chaves, da Antena 1, esperámos largas horas no hotel e, noite já alta, tivemos o privilégio de receber de Diego "um boa noite". Ficava sem efeito a entrevista mas não se perdia tudo. A caminho do centro da cidade, eu fiz de Maradona e o Chaves entrevistou-me. A entrevista fez tal sucesso entre o resto da comunidade jornalística que no dia seguinte, na reunião do "Público", alguém alertou para uma sensacional entrevista de Diego Maradona ao "Record" na qual dizia ter um cão chamado "Scolari" a quem dava um pontapé todos os dias!