O maior accionista individual da FC Porto, Futebol SAD e um dos maiores e mais discretos coleccionadores de arte português continua desaparecido de combate no que ao futebol diz respeito, embora o seu nome continue a ser invocado a propósito de um passeio na praia de Macau. Confesso que tenho saudades deste homem completamente imprevisível e que muitos antes de Scolari iniciar a sua missão de evangelização já promovia a nossa bandeira, embora com o objectivo de fazer com que os jogadores para ela corressem quando marcavam golos. A bandeira estava sempre em seu poder e foi-lhe oferecida pelas miúdas de uma equipa secundária de Paredes, situação que reportei nas páginas do JN. Criou-se a ideia de que tudo foi mau durante o consulado de Oliveira na selecção - mas não foi. Para além de ter feito um Europeu ao mais alto nível, Oliveira apurou a selecção para o Mundial, 18 anos depois de lá termos posto as patinhas. A coisa não correu bem mas também não houve estrelinha... A partir desse momento, Oliveira escondeu-se do futebol, evitou entrevistas e resolveu alguns processos judiciais resultantes do Coreia/Japão, pouco se importando de servir de saco de areia para os agora apaniguados do sr. Scolari. Outsider no início, outsider até ao fim. Já não dá para frisar o cabelo com caracóis e ir para as vindimas francesas com o Marinho Neves mas vai dando para tirar uns cursos superior, comprar mais uns tantos quadros e viver a vida como ela merece ser vivida.
Um dia ele vai voltar. Quiçá numa manhã de nevoeiro.
Um dia ele vai voltar. Quiçá numa manhã de nevoeiro.