O Convénio [a sequela]

A administração do paraíso reuniu para decidir que tipo de lâmpadas usar no jardim do lago. Deus, só para se distrair, foi lá.

Falou primeiro o recordista de bruços do lago:

- Senhor todo-poderoso, por favor não permita que atirem mais lodo para o lago, qualquer dia só consigo nadar de costas.

Deus, que não estava para se chatear e que andava pensativo desde que soube que o Coutinho Ribeiro andava nas dunas do Cabedelo, moderou:
- Calma, Ricardinho, tens de te habituar, afinal este é um condomínio como todos os outros, com os problemas de todos os outros.

Carolina, a III, esquerdo frente, pediu a palavra:
- Senhor omnipotente, explica-me como e porquê?

Aí, Deus casquinou.

- Carol, princesa, eu já te explico como.

Como se sabe, Deus usa uma túnica branca e dispensa cuecas ou boxers (para sermos mais modernos).

- Senhor, ela move-se - abservou, dengosa, Carolina.

- Por ora, apenas - acrescentou o master do Universo.

Jucas, o das iscas e dos escadotes, aclarou o debate:
- Senhor omnipresente, temos de resolver o conflito entre o sr. Costa e o sr. Vieira. Só temos um lugar de garagem e eles querem lá meter 6 carros.

Deus pigarreou (outro termo engraçado).
- Bate sempre com os mesmos. Vê-se bem que são feitos da mesma massa. Olha, não te preocupes. São putas da mesma cama.

Carol, a III, esquerdo frente, não conseguiu reter a gargalhada, o mesmo não se podendo dizer do sr. Couto, o velhinho do IV, esquerda traseiras.

- Grande merda - disse Deus.

Foi aí que o Costa e o Vieira entraram na sala.

Deus, já levemente irritado, deu os trabalhos por concluídos:
- Claro, as moscas! E deu 3 passos à esquerda e foi em frente.