FÚRIA AZUL NO CORAÇÃO DO APITO DOURADO




A claque do Belenenses, a "Fúria Azul", esteve em peso no Estádio S. Miguel, em Gondomar, palco principal dos factos que deram origem a uma trapalhada sob o título genérico Apito Dourado. Ter uma claque tão significativa e tão fiel é um facto que releva e revela a vitalidade de um clube, mesmo quando este nos seus jogos em casa tem mais cadeiras vazias que público - mas aí a culpa é claramente de quem plantou ali cadeiras a mais para a procura que existe. Entre a claque azul há uma figura que se destaca não só pela falta de frio que revela mas também pelo entusiasmo com que acompanha a sua equipa - é, dizem-me, o Grande Lu, o único lisboeta em tronco nu enquanto nevava em Lisboa. Que aqui vemos no final do jogo à conversa com o presidente Cabral Ferreira, que aproveita para cacimbar. Eis aqui mais um sinal positivo, com um presidente a conviver com as suas bases e sem precisar de guarda-costas para ali descer. Mais um ponto para Cabral Ferreira, o dirigente que obrigou Fiúza a consultar o dicionário para saber o que significa a palavra "compelote". Para quem foi a Gondomar sobrou ainda o extra proporcionado pelo speaker de serviço, uma verdade avis rara. Não é que o homem fez pelo menos uma dúzia de intervenções pedindo aos adeptos para se sentarem nas cadeiras, caso contrário o clube poderia ser multado... E pelo meio informou que alguém tinha deixado um Ford branco com as janelas abertas e com valores no interior, uma informação que presumo preciosa também para quem gosta de se apoderar de bens alheios... O mesmo speaker anunciou que ontem iria ser mostrada uma nova "crolografia" pela claque do Gondomar, que partilhou a bancada principal, que fica atrás de uma das balizas, com a claque do Belenenses, apenas com leves incidentes para assinalar.