PALANCADA FINAL

Como ficou ainda coisa para dizer destes inesquecíveis 24 dias a acompanhar os Palancas Negras, aqui vai, mesmo que tal enfastie aquela gentinha que gosta é do futebol polemizado. Desde Salerno, ao lado do Vesúvio, até Leipzig, na antiga RDA, com passagem por Sittard, Celle e Hanover, foi gratificante contar o dia a dia e as estória de um grupo de gente humilde mas que veio ao Mundial com a ambição de não ser o bombo da festa. Como me disse o João Ricardo na zona mista após o jogo com o Irão, afinal Angola não fez o papel de cabeçudos no maior evento desportivo de sempre da história do desporto mundial. Nem nada que se pareça, pois vai para casa com 2 golos sofridos e um marcado, tendo jogado contra o grande Satã, o tio Scolari e o Tichito ou lá o que é. E só no fim ficamos a saber, pela boca de Oliveira Gonçalves, que o presidente José Eduardo Santos sabe de futebol e até já treinou o Zé Kalanga, notícia que deve deixar o neoburguês Cavaco Silva com baba a escorrer-se para o queixo. (pode fechar a boca, p.f.!). A propósito de Oliveira Gonçalves, andei dois dias a trocar-lhe a idade, a dizer que tinha 46 anos, mas afinal tem 51, só mesmo eu para tirar anos aos africanos mesmo estando em questão treinadores. O treinador dos Palancas é, como diz o meu amigo Carlos Carvalhal, que anda por aqui com um grupo de amigos, "uma pessoa interessante e interessada". Eu presidente de um clube contrava-o já: não só sabe muito de futebol como também é excelente na preparação mental do seu grupo. Não posso fechar sem alguma snotas para os meus companheiros que andaram por Celle, com especial relevância para o Luís, que muita falta me fez nos últimos dias, não só com as suas fotos-notícia mas também com o seu humor característicamente Corpus Santis made in Leça by Palmeira. O Pedro Cid e o João Diogo também foram bons companheiros, sem esquecer o Pedro Martins, o Rui e o Marcelo (sempre gostava de saber se teve resposta do e-mail). O Pedro Freitas e o Luís, da SIC, e o Pedro Martins da Sport-tv também integram esta equipa simpática, que conviveu pouco à mesa mas que fumou uns bons cigarritos enquanto os Palancas treinavam. O momento alto acabou por ser o Germaninho a beber um bagaço de pénalti enquanto o André Alves se ria com os "cáralhos" do macedónio. Também por lá passou o Frederico, de O JOGO, mas sempre stressado, que Guter-lá-o-que-seja era longe pra "cáralho". Claro, a equipa de jornalistas palanquinhas, essa ficou no coração, com o Honorato e o Kidanla (que me tratava por "senhor Eugénio") à cabeça do pelotão. Amigos para sempre. Uma palavra final para o João Gonçalves, o melhor praticante de sempre do nosso andebol, que foi o responsável da FIFA junto a Angola. Embora não o deixassem comer à mesma mesa e andar no autocarro, fez um trabalho ESPECTACULAR de relações públicas e facilitou-nos imenso a nossa tarefa, com aquela sucessão de "zona mistas" no Gunter Volker-Stadium. Obrigado, João, é agora que te vou conseguir tratar por tu.