As minhas histórias (2)


Aconteceu com um hoje reputado jornalista de referência e, obviamente, comigo. Mlynarczirck, guarda-redes polaco do FC Porto, estava desaparecido do combate. Partiu sem dizer para onde ir. Presumia-se que estava na Polónia. Mais pistas? Nenhuma... Pusemo-nos em campo. Havia que ir um pouco mais longe. Pedidos os serviços da Marconi, lá descobrimos o número de telefone de Josef Mlynarcirck em Varsóvia. O jornal caminha para o seu fecho. Estamos a falar de um jornal com poucos recursos - a "Gazeta dos Desportos" -, feito por meia dúzia de putos mas que mesmo assim morde os calcanhares ao então 2º jornal mais vendido, o "Record", justificando mesmo o investimento num serviço de espionagem nas edições gémeas de sexta-feira. Ligação estabelecida, contacto e eis o repórter feito num sino. Tinha falado com o homem. Que foi de poucas palavras, disse, mas o pouco que disse foi o suficiente para dar manchete. "No Porto, no Porto...", foi a expressão usada pelo guarda-redes. Foto a toda a página, título a rasgar: Mly não regressa ao FC Porto. Uns copos para descomprimir e nesse entretanto surge a dúvida: seria mesmo o Josef Mly do FCP? No dia seguinte, solicitamos os serviços de um repórter-fotográfico então no "Primeiro de Janeiro", ele faz a ligação e eis a revelação: o que o Josef queria dizer é que não era o Mly do FC Porto!
Grande bronca!