Quando se aproximam os grandes jogos, aqueles que realmente promovem o futebol e o globalizam, os clubes estrangulam ainda mais o canal por onde de vez em quando deixam escoar alguma informação. É uma política que respeita a lógica do "quanto menos souberem o que se passa, mais curiosos ficam". Como são eles os donos da informação, esta torna-se um bem cada vez mais escasso. Não fica fácil para quem tem como objectivo "produzir informação", como é o caso da imprensa da especialidade. Os jogadores, eu sei, não apreciam particularmente esta política pois têm uma prazo de validade de 10/15 anos e querem aparecer, sabem que precisam de aparecer e não apenas nos dias dos jogos. Só as grandes vedetas têm algum enfado em dar entrevistas e nem todas. Mas manda quem pode. Neste caso, quem paga (ou devia pagar). Até o clube mais pequeno da Liga já procura imitar os grandes, filtrando a informação que gera e controlando as entrevistas dos seus jogadores. O que é, no mínimo, ridículo. Os pequenos ou os menos grandes deviam precisamente aproveitar o hermetismo das potências para aparecer na praça pública. Era bom que sobretudo os "comentadores" da blogosfera tivessem um pouco consciência dos problemas que afectam os jornalistas que fazem desporto, mais precisamente futebol. Imaginem-se numa ilha deserta, com um coqueiro apenas e com a necessidade de todos os dias escrever sobre o assunto. É um bocadinho pior.