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Está visto que O COMÉRCIO não morreu. Está vivo, e bem vivo, na blogosfera. A propósito...

- Foi n'O COMÉRCIO que comecei a escrever para jornais, talvez ali por 76/77. Fazia,
à 2ª feira, a recolha da pontuação dos jogadores e dos árbitros e um pequeno comentário para tornar a coluna menos árida. Como o meu pai era o director do jornal, não foi difícil começar também a fazer uns joguinhos ao fim de semana. Durante dois ou três anos tive a missão de fazer as fichas dos jogos de iniciados, juvenis e juniores do Leça e do Leixões. Era o tempo em que no fim tínhamos de ouvir a opinião do árbitro sobre o jogo! Comecei depois a fazer jogos do meu Leixões na II Divisão e acumulei com uma colaboração para o "Norte Desportivo", cujos relatos eram dados quase "on line" mas através de um telefone preto instalado num dos camarotes do Estádio do Mar. O primeiro jogo de I Divisão que fiz foi um jogo do Boavista e foi uma emoção. Pouco depois, o chefe Abílio Ferreira marcou-me uma reportagem nas Antas. Era o início de mais uma época. Voltei à redacção sem perceber o que tinha acontecido - tinha rebentado o episódio que ficou conhecido por "Verão Quente"... No O COMÉRCIO conhecido o melhor repórter-fotográfico português: Ricardo Pereira. Que não só era bom no que fazia mas também no que dizia e no que sabia. Para O COMÉRCIO fiz também crónicas diárias do Mundial do México, em 86, e mantive durante algum tempo uma página que o Jorge Fiel baptizou de "Segundona", com notícias e comentários sobre o que se passava no segundo escalão. Mais tarde, o João Paulo Menezes continuou a saga e acrescentou a "Terceirona", o que também estava bem, pois sempre dava para ganhar mais uns tostões...
Conheço O COMÉRCIO há muito tempo. Adorava aquela cantina, onde o meu pai às vezes me lavava aos domingos, e os lanches no Guarani. Até trabalhei no vão da escadaria principal do velho O COMÉRCIO, pois foi aí que a Gazeta dos Desportos teve a sua primeira redacção no Porto. Que era o meu jornal quando um dia alguém disse "não se publica mais, acabou". Sei o que isto é (não estou a falar de cor, amigos), vi muita gente a chorar nos corredores. Mas cá vai um alento: hoje são muitos os 'gazeteiros' que estão a trabalhar, nos mais diversos jornais, nas mais diferentes posições. É o que desejo aos "comerciantes" que ficaram sem emprego e sobretudo sem habitat. Basta consultar o blogue acima para se perceber que é gente com qualidade. Infelizmente, nos últimos anos foram dirigidos por incompetentes. O Porto tem jornalistas suficientemente bons para colocarem O COMÉRCIO, ou outro novo jornal, acima dos 20 mil exemplares de vendas, apesar do porta-aviões JN que com as ondas que provoca todos ameaça afundar.

PS - Um abraço muito especial para o José Miranda. Um bom homem e um bom jornalista. E está tudo dito sobre o Barão.