ESCRETE



Esta semana, numa entrevista aos seus conterrâneos, Filipão comparava o campo de recrutamento da selecção do Brasil com os recursos de Portugal. O Brasil pode não ser a pátria do futebol, pode não ter o melhor campeonato do mundo(é que não tem mesmo!) e eventualmente pode não ganhar o campeonato do mundo. Mas o país criado iniciado pelos portugueses e pelos índios tupiniquins continua a ter os melhores jogador do planeta. É o caso desta cara sempre sorridente que um dia o seu irmão Assis quis pôr a treinar nos juniores do Estrela da Amadora, aquando da sua passagem pelo Sporting. Já então Assis dizia que Ronaldinho ia ser um grande craque. Ei-lo em todo o seu esplendor na vitória por 4-1 sobre o Para quê, Paraguai, esse time amistaçado que tem um campo de recrutamento ainda mais pequeno que o nosso mas que se farta de "carimbar" mundiais. Não sei o que é mais lamentável: se o facto de vivermos na Europa, se o facto de continuarmos a viver na Europa depois de termos estado na América do Sul, sobretudo no Brasil. Quero acreditar que vai valer a pena ficar por cá. No dia em que tal deixar de acontecer, fecho a conta no banco, ponho a sacola às costas e desapareço numa praia ou no sertão do Brasil. Com um bocado de jeito ainda irei a tempo de ser pai de craque ou, o que não será pior, de descobrir que o pecado mora do lado de lá do equador.