O MEU AVÔ DELFIM E O PRESIDENTE VIEIRA

Segundo as "newmagazine" - muita pouca novidade e muito magazine -, um em cada três portugueses é psicótico. Ou seja, a probabilidade de termos presidentes de clubes com problemas de equilíbrio mental é grande. O mesmo se aplica aos nossos chefes, embora aí a demonstração seja mais fácil (ei, pessoal, estou só a generalizar!). Na última "Sábado", que acabo de ler refastelado no leito, com vistas para a entrada do Porto de Leixões, Luís Filipe Vieira revela algumas facetas do seu sucesso e conta a história da sua alcunha - Kadahfi. Gosto do jornalista que o entrevista, o Rui Gustavo, mas é muito difícil fugir, no limbo das revistas semanais, ao estilo laudatório. Lê-se a reportagem sobre o dia a dia de Vieira, tal como o de Sampaio, e não há defeitos, parece estarmos perante um qualquer "alien" que revelou na Terra uma extraordinária capacidade de adaptação. Isto chateia-me embora o consumo do género me satisfaça pois entretanto passou mais meia-hora e consegui dar dois traques (como já subiu a temperatura, aviso que durmo de janela aberta). A figura de LFV não me fascina minimamente mesmo depois de ficar a saber que nasceu atrás do zoo de Lisboa e que deixou o negócio dos pneumáticos por insistência do filho. Vieira é um 'self-made' como muitos em Portugal e no mundo. Diz o Gustavo que está entre os 50 mais ricos de Portugal, apesar de só ter a 4ª classe. Não sei o que uma coisa tem a ver com a outra. O meu avô Delfim era alfaite e só tinha a 4ª classe e era o maior da sua rua, aqui em Matosinhos. E o maior para mim, apesar de nunca ter sido capa de revista a segurar uma água americana sob um fundo vermelho vivo.