O FUTEBOL QUE TEMOS E MERECEMOS


Vem aí uma assembleia da Liga importante. Mas já deu para perceber que mais uma vez não vão ser tomadas medidas.

Os patrões do futebol não vão penalizar as próprias falências. Os que não estão nesta situação precisam dos outros clubes para jogar (e para lá colocar jogadores ou para os comprar a preço de saldo) e os que fazem das tripas coração para terem os salários em dias são, no fundo, uma minoria. Sobram os refractários e, claro, estes não querem medidas que os impeçam de inscrever jogadores ou que os façam perder pontos.

Portanto, Hermínio Loureiro vai bater com o nariz na parede.

Quando muito, no final da assembleia apresentará um projecto vago sobre as medidas a aplicar. Mas é uma batalha perdida. Os grandes clubes não estão interessados num campeonato equilibrado, os dois clubes da Madeira passam por cima deste assunto como cão por vinha vindimada e os outros dividem-se entre os que estão asfixiados por dívidas e os que para lá caminham.

É impossível a Liga, sendo uma associação de clubes, fazer aprovar medidas duras. Compete claramente ao Governo tomar este tipo de medidas mas este tem uma política desportiva absolutamente autista e tem mais sarna para se coçar.

Portanto, siga a rusga.

Evangelista bem pode "ladrar". A pindérica caravana vai passar alegremente a caminho do abismo.