A Caixa


Está mais que provado que o antigo empregado do nosso campeão olímpico de tiro aos pratos é um negociante nato. Depois de construir o maior estádio da zona euro à conta da Somague, que entretanto cativou alguns passes dos craques, Vieira surge de mão na mão com a mais poderosa instituição financeira do país, a Caixa Geral de Depósitos, para viabilizar o funcionamento do centro de treinos do Seixal, deixando mesmo a autarquia local a ver as faluas do Tejo. A "Caixa" não é um filme do Manoel de Oliveira com o Luís Miguel Cintra a fazer de ceguinho mas apenas um banco que tem dinheiro para brincar ao que quer que seja neste país, assim o Governo continue a obrigar os funcionários públicos a depositarem lá os seus salários. E reparem no pormenor: o Benfica não precisou de uma fundação para fazer o seu centro de treinos, à imagem e semelhança do ADO 21 ou do Rhoda mas por aqui com o choque e o espanto que são vulgares do tolos e dos parolos. Até parece que construir 5 campos de treinos é uma coisa do outro mundo para quem gasta 150 milhões de euros num estádio e dá 40 mil contos por mês ao Robert... Engraçado nesta história toda é que a concorrência benfiquista não pode estrebuchar com a negociata de Vieira. O FC Porto teve o seu centro de treinos da forma que se conhece enquanto o BES alugou ao Sporting a academia de Alcochete. Empate técnico, por aqui. O que me surpreende é que mais uma vez uma empresa de capitais públicos (corrijam-me se estou enganado) entre em campo sem que tal mereça pelo menos um pequeno debate público. Enfim. O futebol vai de tanga mas continua a haver muita gente a querer entrar na pista para emprenar com a donzela. E a verdade é que sempre é bem melhor a Caixa gastar o seu dinheiro com o Benfica que construindo mamarrachos como o que ilustra esta posta.