DIGA 3-3


Quando era miúdo a minha paixão era a Académica, influência do meu professor primário (Tomé) e resultado da grande equipa que os estudantes tinham na transição da década de 60 para a de 70. Muito mais tarde, as minhas pernas ainda tremiam quando tive a possibilidade de falar com Mário Campos... Mas há outro clube da minha infância: o Vitória de Setúbal de JJ, aquela grande equipa montada por José Maria Pedroto. Pois bem, este fim de semana estas duas referências dos meus tempos juvenis deram show de bola, em parcerias com o Estrela da Amadora e o Boavista. Dois jogos com 6 golos e que acabaram empatados. Estive no Bessa, onde cheguei a acreditar que o Boavista, com todas as suas insuficiências, iria conseguir a sua primeira vitória, depois de se apanhar a ganhar por 2-0 aos 25', momento em que Jorge Ribeiro marcou o golo e correu para os braços do Cipriano, o faz-tudo do Boavista e património que o clube axadrezado deve estimar pois já não se fazem homens com aquela fibra e um coração tão grande. Mas o Vitória de Carvalhal aí mostrou de que massa é feito. Não desistiu e conseguiu a remontada. Só num lance perfeitamente fortuito (livre de Marcelão, com a bola a tabelar num homem da barreira e a trair o excelente Eduardo) consentiu o empate. Que ficou bem. O Boavista continua a respirar e o Vitória continua sem perder e a praticar um futebol alegre, largo ou profundo, conforme as circunstâncias, com Carvalhal a mostrar de novo que nasceu para o ofício (dêem um desconto pois faz o favor de ser meu amigo). Este não é Vitória de Pedroto mas é já uma equipa feita, onde Pitbull faz a diferença nos últimos 30 metros, com Edinho também a mostrar que pode ser uma das revelações do campeonato, a par de um Matheus que um dia vi a jogar no Estádio do Mar com a camisola do Marco e que de facto não me enganou.
PS - No final do jogo do Bessa, Boavista e V. Setúbal queixaram-se da arbitragem de Pedro Proença. Quando tal acontece, parto sempre do princípio que o árbitro fez bem o seu trabalho...