CAROL ON TOUR*

"Carolina Salgado viajou até à Serra da Estrela para aquela que foi a última apresentação pública do filme “Corrupção” em que participou pessoalmente.Foi com o casaco de peles branco com que se apresentou a semana passada no tribunal do Porto, para testemunhar contra o seu antigo amado Pinto da Costa, no processo que este interpôs contra o Estado, que a ex-alternadeira mais conhecida do país enfrentou o frio de neve que soprava das encostas da Estrela.Na noite com pouco calor de sexta-feira, no Teatro Cine de Gouveia, a estrela foi mesmo a antiga companheira do presidente do FCP. A casa não estava cheia e nem mesmo Hermínio, o pastor vedeta do filme “Ainda há pastores?” e admirador confesso das casas de alterne, desceu dos Casais de Folgosinho, para ver a película portuguesa mais polémica de todos os tempos.Sorridente, Carolina foi sendo cumprimentada por fãs no bar do cinema, alguns menos envergonhados lá foram pedindo um autógrafo e trocando algumas palavras com a autora de um dos livros também mais polémicos do ano. Acompanhada pelo produtor do filme, Alexandre Valente, Carolina fez depois uma pequena sessão de perguntas e respostas para as dezenas de gouveenses presentes.Começou por dizer que se sentia “muito acarinhada, de Norte a Sul do país”, na digressão que efectuou para promoção do filme. “As pessoas têm-me transmitido muita confiança, o que me ajuda a continuar”, frisou.E será que vai mesmo haver continuação desta saga? “Peçam-lhe para ela escrever um segundo livro e então pode ser que faça um novo filme”, ironizou Alexandre Valente.Um serrano mais afoito questionou Carolina sobre a relação com Pinto da Costa. Lembrando que tinha estado na Luz quando à frente dos Super Dragões esta entrou triunfante na “Catedral”, quis saber como é que, depois de ter estado nos “píncaros da Lua”, acabou por “cravar” uma “faca” nas costas do líder do FCP. O moderador do “debate” ainda disse que as perguntas se deviam cingir ao livro e ao filme, mas Carolina mesmo assim respondeu à pergunta mais incómoda: “enquanto há vida há esperança e todos somos livres de optar e mudar para melhor”.Um pouco a medo, uma adolescente fez a pergunta clássica: “por que resolveu escrever o livro?”. “Essa é uma pergunta que já respondi muitas vezes, mas volto a responder: quando vi imensas notícias falsas a meu respeito e que as pessoas mostravam interesse em saber coisas sobre a minha vida, por que não escrever um livro e repor a verdade”, adiantou. Deixou ainda claro que “não foi por vingança” que escreveu um dos “best-sellers” deste ano.Sobre o seu dia-a-dia, disse que chegou a “temer pela minha vida, mas neste momento sinto-me protegida, porque acredito na Justiça e porque confio nos elementos que me acompanham”, revelando ainda que “receio não tenho, porque se eu temesse não estava aqui”.No final, Carolina lembra que existiam CD com a banda sonora do filme à venda e o produtor lembrava que a estrela dava autógrafos, “custam cinco euros...”, gracejou Alexandre Valente."
* In DIÁRIO DAS BEIRAS