CONDUTAS


Há a convicção de que os jornalistas que fazem a cobertura do processo Apito Dourado têm a cobertura do Ministério Público e que, como tal, tudo lhes cai nos braços. Admito que esta seja uma tese plausível se tivermos em conta outros processos. Neste, pela parte que me toca, está longe de ser o caso. É verdade que o processo está longe de estar blindado mas também é certo que nem sempre é fácil encontrar a ponta da meada. É um trabalho ingrato porque implica, sobretudo para quem está no desporto, incompatibilidades várias num ambiente onde por norma dominado por pactos de não agressão. É a vida, como diz o 'Avô Metralha', que acaba de sair da prisão e ainda não tem a certeza se vai ou não voltar a roubar. Não posso falar pelos outros, apenas por mim e pelas pessoas que conheço, e posso garantir que este não é um jogo com dados viciados. Este é apenas um jogo onde o mais difícil é ter a coragem para dar a notícia má sobre pessoas que muitas vezes foram boas connosco. Não chega a ser um dilema mas é algo que, mais tarde ou mais cedo, acaba por ir ao nosso encontro numa esquina qualquer...

Ossos do ofício comuns a quem tem por mister contar a vida dos outros.