(ainda)TOU AQUI...

Quando rebentou, para PC, o processo Apito Dourado, em Dezembro de 2004, pouco antes da final da Taça Intercontinental que o FCP ganhou nos penáltis contra o Once Caldas, a relação do presidente do FC Porto com Carolina Salgado corria sobre rodas. Mas não demorou muito a começar a descarrilar. Seis anos de vida conjugal não foi recorde de PC, que antes esposara uma ex-secretária, mas quem conhecia a "peça" e conhece melhor o líder e criador dos dragões muito se surpreendeu com o prolongamento do caso, que foi muito para além do desempate através de pontapés da marca dos 11 metros. Correu o ano de 2005 sem grandes sobressaltos judiciais e com sinais evidentes de que o processo podia esmorecer para o lado de PC. O que se confirmou no início de 2006, com o arquivamentos dos principais casos. Num momento em que os sinais de rescisão contratual entre Carol e PC já eram evidentes. O presidente refugiava-se numa fortaleza depois de ter andado de avião. Estava tudo assim posto em sossego, quando o novo PGR decidiu fazer uma ruptura com o modorrento e trapalhão passado do seu antecessor, Souto Moura, maestro do caso onde todos piam e ninguém prova nada para além de umas tantas paneleirices também comuns em S. Bento, na Lapa ou no Parque Eduardo VII. Pinto Monteiro, o novo PGR, joga a rainha de copas sobre a mesa. A famosa Morgadinha dos Tribunais reúne um "dream team" e tenta apanhar os cacos e os processos perdidos na volta do correio (como o caso da possível viciação das classificações dos árbitros). Mas fá-lo já com o livro "Eu, Carolina" nas bancas. De outra forma duvido que avançasse para o haraquiri... Foi só pegar na história e acrescentar-lhe o depoimento da heroína. Tecnicamente o bastante para poder reabrir os processos já arquivados, provocando ataques de caspa e de urticária nos magistrados do MP que os arquivaram. Morgado tentou reduzir os danos mas é claro que linguagem jurídica não passa para os "media" porque só mesmo os juristas têm pachorra para tanto... Volvidos 6 meses, o trabalho da equipa de Morgado está praticamente concluído, enquanto em Gondomar se prepara o início do julgamento de 24 arguidos, naquele que é o caso originário do Apito Dourado. Os casos reabertos que foram para acusação estão agora em fase de instrução (6 meses, no mínimo) e só lá mais para diante se saberá se o juiz de instrução se decide pela pronúncia, também passível de recursos. Adivinham-se diversos e variados incidentes processuais, com recursos para tudo o que for tribunal. A estratégia costuma ser, nestes casos, adiar ao máximo, até ao limite da prescrição, colocando um eventual julgamento muito longe do local e do tempo do "crime". É neste hiato que se verá se a rainha de copas não acaba decepada pela sua própria espada. Repare-se: há dois meses, a co-autora do famoso livro, Fernanda Freitas, mudou de trincheira e agora foi a própria irmã gémea de Carolina, Ana DC, a também baldar-se. Resta a ex-primeira dama que num dia de aniversário percorreu o relvado e foi receber uma coroa de flores dos superdragões, entregue pelo Macaco Líder. Sem o depoimento de Carolina em julgamento, PC poderá começar já a pensar em dormir descansado - o processo será igual a uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Com Carol firme como uma rocha será diferente. A questão continua a ser: terá a calorosa dama que PC conheceu na noite "pneus" para tantas voltas na pista. E quem diz pneus também pode dizer gasolina...