APITO DOURADO


O Ministério Público começou a ouvir alguns dos jornalistas que na sua opinião violaram o segredo de justiça. O MP em vez de se preocupar em despachar a acusação, volvido um ano e meio sobre as primeiras detenções, está, ao que parece, empenhado em "caçar" os jornalistas que fizeram o seu trabalho, isto é, foram para além da nota de imprensa que a juiza Ana Cláudia Nogueira instituiu como praxe após as inquirições. Há quatro meses com a ajuda de mais um procurador, Teixeira continua às voltas com a acusação, para desespero do seu chefe Souto de Moura. E foi preciso o advogado de um dos indiciados, Pedro Alhinho, pedir uma aceleração processual para que o PGR desse um "dead line" aos acusadores de Gondomar - que agora têm só dois meses para concluir a acusação e extrair as certidões que forem necessárias (e são muitas). Tudo aponta para que em Gondomar seja julgado só tudo o que diz respeito aos jogos desta equipa na sua caminhada para a Liga de Honra. Jacinto Paixão e as meninas serão tratados provavelmente num tribunal do Porto, isto se o DIAP, para onde o processo vai ser remetido, entender que há fundamentos para uma acusação. Contas feitas, podemos ter o "processo Gondomar" com instrução até Março e com julgamento a queimar o início das próximas férias judiciais. Quanto aos outros casos, será preciso esperar pelo menos mais um ano.
A espada da justiça é pesada e obviamente lenta.
Já tinhamos percebido.