DESCULPEM, PERDI ALGUMA COISA?


Ano, 2005. País, Portugal. Dois políticos "repassados" são os grandes candidatos à presidência da falida República. O mais novo tem como mandatário um neurocirurgião que bem jeito daria ao outro. No meio deles, um poeta militante: Alegre. Um tipo com ar de tenor, senhor de uma prosa que se pode ler, sendo exemplo máximo, para mim, "Cão como nós". Aposto no tenor, desde já, mas sem esperança. O povo vai escolher Cavaco, já se sabe, o homem que não lia jornais mas que se apresentou em exclusivo para os jornalistas - já parece o nosso PC, que não viu a entrada de Petit sobre Targino, só fala dela porque os amigos lhe contaram como foi... Sim, eu sei, pela primeira vez a Segurança Social deu prejuízo, a gasolina voltou a aumentar por ordem da GALP (o pessoal continua a abastecer-se nesta marca...), já ninguém fala no Gomes da Petrogal e no Vara da Caixa, os especialistas fizeram de conta que nada se passava de importante com Cristiano Ronaldo e o jornal da tarde da SIC abriu com uma notícia sobre o túnel do Marquês, um túnel que, como se sabe, é uma preocupação diária para os habitantes de Freixo-de-Espada-à-Cinta e de Paranhos. Entretanto, o H5N1 já apareceu num papagaio inglês e só foi pena não ter sido no Tony Blair. Ela, a pandemia, vem aí. Melhor, ela já aqui está. E há muito tempo.
Também gostava de saber o que está a fazer aqui o touro do Picasso...