SPORTING, 2 SALGUEIROS, 1


Sporting, 2 - Benfica, 1. Vitória justa da melhor equipa num jogo que teve duas partes distintas. O Sporting basculou melhor o seu futebol, fez bem as transições, ganhou as segundas bolas e fez uma pressão alta, enquanto o Benfica não conseguiu equilíbrios nem profundidade no seu jogo ofensivo. Se a bola não fosse redonda e as mentes por vezes não fossem quadradas, o futebol não exigia explicações científicas e contava-se assim: ganhou a melhor equipa, perdeu a ex-equipa. Liedson resolveu, mais uma vez, e no final falou da renovação do contrato que nunca mais acontece. Este rapaz é esperto... Não vi o jogo, de aí os lugares comuns da moda e de modo. Mas parece que o Benfica andou sempre a correr atrás do prejuízo. Após as derrotas, os jogadores encarnados foram proibidos de falar, mas Veiga falou. Que coragem!!!!!!!!!!
Abro os jornais de 2ª feira e eles falam de sete pecados mortais. Mas só entraram duas bolas na baliza do Benfica. O que é pouco, se tivermos em conta que o guarda-redes continua a ser Moreira, o rapaz que ri quando sofre um golo. Contra o Sporting também jogou de início o Carlitos, o rapaz que gosta de trocar camisolas com os jogadores que marcam golos ao Benfica, como aconteceu na época passada em Penafiel, com N'Doye. Suspeito que no balneário foi pedir a camisola do Liedson. "Rasgada é melhor", terá dito, embevecido este grande coleccionador de camisolas que o Benfica contratou ao Estoril.
Quanto a Koeman, continua a fazer disparates como um miúdo come doces se o deixarem sozinho na dispensa. O holandês continua a insistir nos três centrais masa verdade é que não joga com três defesas mas sim com cinco. Atirar o Karagounis às feras, no lugar de Petit, não lembrava ao diabo, que é vermelho e tem barbicha. Mas o imberbe treinador do Benfica foi ainda mais diabólico que a besta. O resultado final acabou por ser lisongeiro.
Dizia ontem Gaspar Ramos - durante muitos anos o homem-forte do futebol do Benfica, que conheci relativamente bem e era um gentleman - que o Benfica não será o Benfica enquanto não se livrar de José Veiga, que até nem é adepto do clube. Toda a gente sabe por quem Veiga sofria quando era proprietário de uma simples oficina de automóveis no Luxemburgo e presidente da casa do FC Porto naquele país, casa que, aliás, fundou. Mas está visto que para os homens o futebol tem o mesmo valor das mulheres: a próxima é sempre a melhor.
Com o Benfica a oito pontos dos líderes, não me admirarei muitos se os babosos raivosos do costume aproveitem para continuar a destilar ranho. O Benfica, repito, tem a virtude de ser tão importante para os seus inimigos como para os seus amantes. Um clube fenomenal a ganhar mas ainda mais fenomenal a perder.