Um hat-trick que já tinha aranhas mas que chega na melhor altura. Com Micolli como muleta, Nuno Gomes mais uma vez revela o seu faro goleador. Ele é bom nisto, nas sobras, rápido a sair da sombra, letal na definição, um simples toque, muitas vezes de raspão, e, zás, é golo. O Benfica ainda está a seis pontos do FC Porto mas em breve estará no Dragão e poderá encurtar a distância. Frente a uma União de Leiria demasiado feijão com arroz, dirigida por um treinador com um discurso redundante, como tantos outros que por aí pululam (um deles falava ontem de "espaços interiores", candidadanto-se a decorador do ano). O Benfica encontrou o seu equilíbrio e isso é o mais importante numa equipa. Os valores que o Benfica tem, caso a equipa se mantenha nesta linha, vão acabar por sobressair. Nelson já está a mostrar que pode ser muito em breve outro Miguel - a propósito, mas que grande golo marcou na sua estreia no Valência! - enquanto Léo mostrou que tem fibra e que sabe jogar na posição, embora seja um típico lateral brasileiro, isto é, um jogador com mais olhos na baliza do adversário que no eventual extremo do mesmo. Anderson e Luisão só não são a melhor dupla de centrais porque o Sporting de Braga tem Nunes e Nem/Paulo Jorge. Ou seja, o Benfica iniciou a ascensão depois de ter batido no fundo. E começou-a em grande estilo. Ficaram, na catedral, no domingo, muito mais que promessas.