PC, que estava escondido no seu buraquinho desde que perdeu o campeonato para o Benfica, lá reapareceu para criticar o facto de o Benfica estar a pensar vender o nome do seu estádio a uma multinacional. Como quem anda no mundo do futebol sabe, tal está longe de ser uma inovação. Os clubes hoje são empresas e há muito que os seus sócios foram ultrapassados pelos accionistas. O objectivo é a mais valia. Como tal, os clubes procuram usar todos os recursos do mercado para também fora do campo terem sucesso. Se o meu clube vender o nome do estádio ao restaurante "Come-em-pé" e com isso conseguir aumentar o seu potencial, não me importo e até me sentirei tentado a comer em pé no dito restaurante. O que me incomoda nisto tudo são os falsos pudores. Não foi, afinal, Pinto da Costa quem escolheu o nome para o novo estádio, nome acolhido por unanimidade pelo conselho superior do clube? Não foi PC quem um dia acordou e decidiu chamar "dragões" a todos os portistas sem que estes mais uma vez tivessem sido consultados? Por acaso PC inquiriu os sócios quando negociou contratos com a Nike, a PT ou a Revigrés? Não é o nome de um estádio que está em causa mas sim a paixão por um clube. Benfica, Sporting e FC Porto podem jogar nos estádios Coca-Cola, Sumol ou Lanidor porque não é isso que é importante. Importante mesmo é um clube manter a sua força, a sua identidade e algum respeito pelos adeptos que o suportam. O que, como todos sabem, nem sempre acontece.