O Zé

Por SMS talvez, ou por MSN, código postal, correio verde ou azul, Fedex, DHL, pombo-correio, bezidróglio, por estafeta…
A mensagem, não importa como, chegou.
«Zé, é amanhã»
Ele percebeu tudo. Só podia. Tinha a vida guardada num caderno de 25 linhas escrito a lápis. Com as fotos coladas a UHU.
Todas as t-shirts que usava tinham algo para dizer: “Vou ali e já volto”, “Sigam-me”, “Tenho Sido”, “25,4 centímetros”, “Pilossauro durex”, “Fui violado pelo Bibi”…
Só calçava sapatilhas Nike com 7 centímetros de sola. E tinha dois fatos “Hugo Boss”.
Sim, era amanhã. O Zé dormiu depressa.
Apresentou-se cedo ao mister. As coxas depiladas e os bíceps bem definidos.
Começou o treino, sob um céu azul marinho.
Uma hora depois, sob o duche frio, Zé assobiava. Tinha cumprido a missão.
Não passou nos testes mas era o mais bonito do balneário. E o mais abonado.
A vida segue na discoteca mais próxima e na praia que se segue. Bora-bora.