HOJE ACONTECEU NADA

No país que gasta 900 milhões para a formação profissional e 500 milhões em auto-estradas à borla, o feriado do corpo de Deus proporcionou mais uma "ponte" que não apenas a função pública usou. Na chamada "zona industrial" onde trabalho ontem, sexta-feira, abundavam lugares de estacionamento. O país está de tangas mas o povo marimba-se para a produção. O IVA pode subir mais dois pontos mas o Sol brilha e o Algarve está mais perto, embora em auto-estradas a pagantes. Um programa da TSF informa-nos sobre o estado dos pólens na nação. Acho curiosa esta preocupação com os pólens, faz-nos sentir que ainda temos olfacto... Hoje vinha no carro, a ouvir a RR, quando tentei recordar os nomes de ventos que conheço: o mistral, o siroco, o suão, a nortada... Não sei os nomes das árvores que definem o traçado da chamada Via Rápida, nem sempre tão rápida como isso. Ainda temos, no nosso Porto, a Circunvalação e a ela se acrescentou a VCI, trocando por miúdos a Via de Cintura Interna, que é o sonho de qualquer adolescente quando come com os olhos uma boa quarentona. Isto nada tem a ver com o futebol mas a verdade é que sobre o assunto pouco há a dizer embora os jornais da especialidade continuem a tratar do caso. Sim, há a fruteira para decidir no Jamor. E o Sporting ganhou a Taça Amizade nos penalties, no Estádio de Charlity, que é da marie de Paris, não confundir com a Maria de Paris que essa é portuguesa e não ataca no bosque, continua a lavar a roupa à mão e com "Sonasol". Quando me apanhei a primeira vez sob a Torre Eiffel pensei na história do homem e na história dos africanos que ali ao lado vendiam pássaros mecânicos de plástico. Nunca tinha andado de bateuax mouche e gostei, apesar da brisa fria e do cepticismo do Sena. Além, na margem gauche, sítio de poetas e estetas, talvez se possa beber um "pastis"... O "LÉquipe" é uma seca mas os gajos escrevem bem. Junto do Arco do Triunfo vendem-se os nossos jornais desportivos. Desta vez prefiro o "24 Horas" e mergulho no limbo enquanto leio a crónica do "roi". Sim, estou vivo, hoje nem preciso de ir ao Museu do Homem, para perguntar ao Yves Coupain se a Lucy era a puta que nos pariu ou apenas mais uma macaca.