BRAGANÇA

Para lá do Marão, nem o traçado rápido do IP 4 nos consegue roubar o gosto de ver o nordeste a subir e a descer na nossa janela - ora uma sucessão de colinas, ora um vale mais rasgado onde corre um rio (o Tua, o Sabor...). A estrada segue para a fronteira e corta-se à direita para Bragança. O ar está tépido, ali já é Verão. Não corre uma brisa enquanto Vinhais e FC Porto se defrontam, propósito de uma homenagem ao agente da PSP Irineu Dinis, morto nas ruas do bairro da Cova da Moura, a muitos quilómetros de distância, onde milhares de pessoas chocam com o stress, a agressividade e a falta de paciência. Aqui em Bragança é tudo muito diferente. O movimento de automóveis é residual, as pessoas são gentis e os restaurantes servem-nos com qualidade e fartura. Escolhemos um ao acaso, na urgência de terminar o envio de serviço - o Dragão de Ouro, ali perto do estádio. Atendimento superpersonalizado e a posta a esperar pelo nosso ok. Envios confirmados, venham elas, acompanhadas de grelos e batata frita. A faca entra na carne como manteiga. Não há tintol pois o IP4 está cheio de brigadas da BT e o vinho nordestino é também um graduado... Para rematar o lauto jantar, o dono do Dragão coloca na mesa as compotas feitas pela esposa, mais um queijo, mais um pudim, mais um digestivo, mais hospitalidade, mais simpatia.
Portugal com o seu melhor, em Bragança, onde só não houve tempo para confirmar se é de facto a capital europeia do sexo...