APITOS

Reina a indignação nas tribunas opinativas a propósito do regresso de Valentim Loureiro à presidência da Liga de Clubes. Fala quem não sabe do que fala. O costume. O major nunca deixou de ser presidente da Liga - estava apenas suspenso por ordem do tribunal. Passou um ano, a acusação não saiu e manda o Estado de Direito que quem está indiciado de crimes e sujeito a medidas de coacção que passem pela suspensão de funções regresse ao activo. É o que o major vai fazer, aparentemente sem sombra de contestação dos clubes que o elegeram. Porque será? Talvez porque foi Valentim quem muitas vezes se "atravessou" para resolver os seus problemas. Os grandes e os pequenos. Quanto ao processo, o que posso dizer, modestamente, é que Valentim está indiciado de 34 crimes de corrupção desportiva activa na forma de cumplicidade por causa de um simples telefonema para Pinto de Sousa, queixando-se das arbitragens dos jogos do Gondomar. Veremos como se sustenta esta tese em sede de julgamento... Quanto aos outros crimes, um deles, de corrupção passiva, tem a ver com a oferta de um relógio de 145 euros alusivo ao centenário do FCP, tendo sido Pinto da Costa o ofertante. Os quatro crimes de tráfico de influências dizem respeito a um contrato de hipoteca do Boavista com o empreiteiro J. Camilo no qual este último exigiu que fosse Valentim a assumir-se como garantia para o negócio. Eventuais conversas com o presidente da Comissão Disciplinar da Liga no sentido de dar uns toques nos processos de J. Mourinho e de Deco completam o naipe. Quanto às escutas, preparem-se para ter algumas GRANDES surpresas.