RUI CARTAXANA

A morte de Rui Cartaxana "obriga-me" a escrever duas ou três linhas.
Os meus amigos sabem que nunca morri de amores pelo homem que conseguiu levar o Record para a vanguarda da Imprensa desportiva.
Jornalista puro e duro, feito nas redacções dos vespertinos de Lisboa, onde todos os dias se lutava contra o tempo e contra a informação plasmada nos matutinos, Rui Cartaxana foi, no Record, um director directo. Definiu um rumo e logrou o objectivo com processo que podemos contestar nas tertúlias do Snob mas que resultaram na prática.
Rui Cartaxana teve ainda o mérito de ser um general que soube delegar nos seus capitães a responsabilidade de fazer do Record um jornal diferente, vivo, provocador e necessariamente diferente.
Fica na história do jornalismo português não pelos prémios que conseguiu como repórter mas sobretudo por um estilo de liderança e persistência.
Ao seu filho João, um dos grandes jornalistas desportivos portugueses, repórter de eleição, deixo os meus sentimentos. A memória do teu pai é um facto, mesmo entre aqueles que não iam à bola com ele...