O GRANDE TI MANEL SEM PAPAS NA LÍNGUA

Disse que estava "tudo montado" para ser Carlos Queiroz o escolhido. Referiu-se a "rabos de palha", a pressões feitas por "sebastianistas", mas nunca concretiza. Que rabos de palha conhece, quem são os sebastianistas?
Para que vou eu falar em nomes se os nomes são conhecidos? O poder todos sabemos quem é e onde tem estado sempre, e o poder nunca gostou de mim. Tenho pago uma factura elevadíssima por me ter batido pela transparência. Basta ver aquilo em que se transformou o futebol português nos últimos 30 anos para perceber quem venceu.
Trabalhou durante vários anos no clube de uma das figuras mais poderosas do futebol português - o Boavista, de Valentim Loureiro -, o que leva a crer que o problema não é só o poder?Quais são as verdadeiras razões da inimizade com Pinto da Costa?
São muito fortes e não tenho de as contar.
Uma frase que ele tenha dito ou uma atitude que tenha tomado que tenha sido decisiva na ruptura com Pinto da Costa?
Já estou velho e falha-me a memória.
Mas as razões estão para além dessa incompatibilidade entre si e o poder. O que se passou realmente entre si e Pinto da Costa?
As razões são fortes e não vale a pena contá-las. Não tenho receio, mas não vejo qualquer interesse. Sei que não tenho hipótese nenhuma, nomeadamente na selecção.
E tem legitimidade para reivindicar o cargo?
Sou quem mais legitimidade tem para o reivindicar. Eu e mais ninguém. O próprio Queiroz não tem o currículo que eu tenho. Os que em Portugal ganharam alguma coisa, ganharam no FC Porto. Depois, zero. Fartei-me de gozar com isso. Quem deve mandar não manda.
Nunca se arrependeu de, como diz, ter "desagradado" a Pinto da Costa?
Nunca. Quando abro a boca sei o que estou a dizer. Sou pela verticalidade e houve alturas em que tive vergonha de pertencer ao futebol. Mas quero esclarecer que nada tenho contra o FC Porto. Antes pelo contrário. O FC Porto e a selecção têm sido os maiores representantes do futebol português a nível internacional. Só não concordo é que um clube tão grande seja usado como defesa pessoal ou escudo de alguns.
Mas como é que lidou sempre bem com Valentim Loureiro, um dos outros envolvidos no processo "Apito Dourado"?
Valentim Loureiro era o presidente do Boavista e eu era o presidente da equipa de futebol. Foi sempre assim em todos os lugares por onde passei e disse ao major o que disse a todos os outros presidentes: "Se quiserem ser presidentes e treinadores nem vale a pena começar a negociar." Valentim Loureiro sempre respeitou esta regra, sou amigo dele.

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