ASSINO POR BAIXO

"Com efeito, a liberdade de pensamento tem limites. E o limite afere-se na sua transmissão.Por vezes paga-se muito caro!Agora, preocupante, preocupante, é a maioria das reacções que o texto suscitou e que, em última análise, enformam a opinião pública portuguesa (saloia) em geral. Vemos coisas idênticas nos julgamentos sumários feitos por multidões ávidas de "justiça" à porta dos tribunais (casa pia, etc.). Néscios que vencem a parada, porque incontroláveis.Parece-me que, noutro país que não o nosso, os comentários/reacções seriam bem mais interessantes e formativos.Portugal é, sobretudo nesta área, um país sui generis. Já me tem acontecido "a mim", quando leio textos opinativos sobre o meu País (como, por exemplo, do sr Políbio Braga), altamente demolidores, apetecer-me mandar os seus autores para a grande puta que os pariu. Mas lá no fundo vejo-me obrigado a concordar com aquilo que escrevem, porque descodifico o pensamento. È a vida!Vi na TV a reportagem sobre os atletas paraolímpicos medalhados, todo aquele aparato! E não é que me passou pela cabeça que os atletas pensavam o mesmo que o autor deste polémico texto?! Porque eles podem ser pessoas com "mobilidade reduzida", mas não são burros, seguramente. E tenho a certeza de que não serão eles que virão aqui reclamar. Eu também lá iria, e tentaria medalhas, e se isso servisse para aumentar o meu poder reivindicativo para melhorar as condições de vida quotidiana dos meus pares, tanto melhor. O resto, deixaria para o "debate de ideias" dos eficientes.Não tenho pena nenhuma dos deficientes. Tenho pena é do meu País!"
comentário anónimo sobre a questão dos paralímpicos

...e já agora, obrigado Fernando Guedes:
"Parabéns ao autor do post. É precisa muita coragem para escrever coisas politicamente incorrectas, nem que seja só para abanar as consciências. O seu texto revela um enorme respeito pelos deficientes e pela sua dignidade - um respeito muito maior do que todo este paternalismo idiota demonstra.Eu por mim sugeria que daqui a quatro anos se organizasse a equipa portuguesa de atrasados mentais. Aqui, nesta caixa de comentários, há um número suficiente deles para fazer uma bela representação. E aposto o que quiserem que ganhamos o ouro.Como dizia Rodrigo da Fonseca, "nascer entre brutos, viver entre brutos, morrer entre brutos, é triste!"